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Dólar fecha em alta de 0,07%, a R$ 5,325 na venda

04 jul 2022, 17:14 - atualizado em 04 jul 2022, 20:04
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Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,20%, a 5,3620 reais (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

O dólar fechou em leve alta contra o real nesta segunda-feira, em sessão sem grandes catalisadores e de volumes reduzidos devido a feriado nos Estados Unidos, enquanto o noticiário envolvendo a PEC dos Auxílios continuou rondando os mercados locais.

A moeda norte-americana à vista teve variação positiva de 0,07%, a 5,3250 reais na venda, maior nível para encerramento desde 28 de janeiro (5,3915), depois de oscilar entre 5,3365 reais no maior patamar do dia (+0,28%) e 5,2880 reais na cotação mais baixa (-0,63%).

Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,20%, a 5,3620 reais.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, disse que a movimentação tímida do dólar neste pregão refletiu uma agenda esvaziada e sem a referência da principal praça do mundo, os EUA, que comemoram nesta segunda-feira a independência do país.

Ele disse também associar parte da oscilação do dia a um movimento de ajuste, principalmente quando o dólar rondou os menores patamares da sessão, com agentes financeiros realizando lucros de maneira pontual após a moeda ter encerrado a semana passada com fortes ganhos.

Mas o arrefecimento no rali recente do dólar –que saltou quase 10% no segundo trimestre e marcou em junho seu melhor desempenho mensal frente ao real desde março de 2020– não significa que agentes financeiros locais deixaram de lado preocupação com uma “PEC Eleitoral” em tramitação no Congresso, disse Rostagno.

A PEC mencionada por ele –também chamada de “PEC Kamikaze” por alguns participantes do mercado– amplia benefícios sociais existentes, caso do Auxílio Emergencial e do Auxílio Gás, e cria novos destinados a transportadores autônomos e taxistas, além de prever recursos a programa alimentar.

A versão da PEC aprovada na semana passada pelo Senado prevê a imposição de um estado de emergência para possibilitar os novos gastos –medida vista por críticos como manobra para driblar o teto de gastos e a lei eleitoral.

O relator da proposta na Câmara, deputado Danilo Forte (União-CE), disse nesta segunda-feira que quer suprimir do texto dispositivos que estabelecem o estado de emergência –sugerindo em vez disso mudança no teto de gastos que permita aumentos de despesas em casos específicos– e incluir motoristas de aplicativos dentre os beneficiários de novos auxílios.

“São benesses que o governo e o Congresso estão tentando aprovar mas que acabam elevando o risco fiscal do país”, disse Rostagno sobre a PEC, citando impacto sobre a taxa de câmbio, extremamente sensível à confiança de investidores no Brasil.

Em meio à preocupação com o cenário fiscal, uma medida do risco-país subiu para perto dos maiores patamares desde maio de 2020 no final da semana passada, e continuava flertando com esses níveis nesta segunda. A volatilidade implícita do real para os próximos três meses, por sua vez, atingiu seu ponto mais alto desde outubro de 2020 na última quinta-feira, embora já tenha recuado ligeiramente desde então.

Os mercados devem ver incerteza cada vez maior conforme as eleições presidenciais de outubro se aproximam, comentou Rafael Marques, presidente-executivo da Philos Invest. “No entanto, como outras variáveis estão trazendo ruídos para os mercados, como uma inflação global mais pressionada, alta dos juros nas principais economias, lockdown na China e guerra entre Rússia e Ucrânia, o risco eleitoral está diluído entre esses outros vetores.”

Com o desempenho desta segunda-feira, o dólar passou a acumular queda de apenas 4,46% em 2022, mais de 15% acima do menor patamar para encerramento do ano, de 4,6075 reais, atingido no início de abril.

(Atualizada às 20:02)

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