Mercados

Dólar fecha em alta com China e vai e vem local. Entenda!

15 ago 2022, 18:13 - atualizado em 15 ago 2022, 18:13
Sede da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China em Pequim
Dólar tem vai e vem no pregão, mas sobe abaixo de R$ 5,10 em aversão ao risco com dados mais fracos na China e decisão surpresa (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang)

O dólar à vista fechou em alta, mais uma vez abaixo de R$ 5,10, seguindo a aversão ao risco que prevaleceu no exterior. Os mercados exibiram cautela em meio aos indicadores de atividade mais fracos na China, em julho. 

Mesmo com a alta de 0,3% frente ao real, negociada a R$ 5,09 para venda, a moeda norte-americana fechou longe das máximas do pregão.

Vai e vem

Em dia de forte volatilidade, o dólar chegou a oscilar entre R$ 5,07 e R$ 5,14 no início dos negócios. O contrato futuro do dólar com vencimento em setembro subiu ao redor de 0,3%, a R$ 5,11.

O gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca que o dólar reduziu a alta no mercado local em continuidade do fluxo de entrada de investidor estrangeiro na bolsa brasileira. Mesmo sendo um pregão de liquidez mais baixa do que o normal.

Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,8%, acima dos 106,500 pontos.

Decisão surpresa

Os indicadores da China levaram o Banco Central do país (PBoC) a tomar uma medida surpresa, com a redução da taxa de recompra reversa de sete dias – a principal para injetar liquidez no sistema financeiro -, de 2,10% para 2,00%.

O estímulo monetário seguiu com o PBoC cortando também a taxa de empréstimo de curto prazo, de 2,85% para 2,75%. 

Para a estrategista de ações da XP, Jennie Li, os dados do país asiático fizeram mercados globais aumentarem a percepção de risco em relação a desaceleração econômica vindo da segunda maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que se discuti uma possível recessão nos Estados Unidos

“Vemos isso bastante refletido nas quedas dos preços das commodities que acaba afetando o Brasil”, diz a profissional da XP.

Fed no radar

Mesmo com a alta de hoje, analistas da XP reforçam que o mercado mantém a aposta de probabilidade de redução no ritmo de alta na taxa de juros nos Estados Unidos, com o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) saindo de duas elevações seguidas de 0,75 ponto percentual para 0,50 pp em setembro.

“Isso pode aliviar o aperto das condições financeiras, o que tem contribuído para a desvalorização de diversas moedas em relação ao dólar nos últimos meses, incluindo o real”, comentam.

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