Dólar à vista tem leve alta e fecha a R$ 5,49 com exterior e apostas de alta na Selic
Nesta segunda-feira (26), o dólar à vista (USDBRL) tentou retomar o patamar de R$ 5,50. A escalada das tensões no Oriente Médio reforçaram a busca por ativos de segurança, além das expectativas por novos dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
Na comparação com o real, moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,4928 (+0,24%). Durante a sessão, o dólar registrou a mínima intradia a R$ 5,4735.
A alta do dólar foi puxado pelo exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com alta de 0,19%.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar ganhou força no Brasil e no exterior em meio à espera por novos dados de inflação nos Estados Unidos e a escalada das tensões no Oriente Médio.
No fim de semana, Israel e o grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, trocaram ataques de mísseis e drones. As negociações de cessar-fogo em Gaza seguem paralisadas.
Com incertezas sobre os crescentes conflitos na região, os investidores aumentaram a busca por ativos de segurança como a moeda norte-americana e o ouro.
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam o Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE), o índice inflacionário preferido do Federal Reserve, além da segunda prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Os dados calibrar as apostas sobre a magnitude do corte nos juros pelo Fed em setembro.
Vale lembrar que a probabilidade é de 100% de redução nos juros norte-americanos, o Fed Funds, no próximo mês após a sinalização do presidente do BC dos Estados Unidos, Jerome Powell,, na última sexta-feira (23). Em discurso no Simpósio de Jackson Hole, ele disse que “chegou a hora de ajustar a política monetária”.
No cenário doméstico, o mercado já precifica a retomada do ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic.
Mais cedo, o Boletim Focus apontou a elevação das projeções de inflação (IPCA) para o fim de 2024 e 2025, pela sexta vez consecutiva. Os economistas preveem inflação em 4,25% neste ano e 3,93% no final do ano seguinte.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, também fez novas declarações.
Entre os destaques, Galípolo reafirmou que o BC está em posição conservadora e de cautela diante de indicações de que a atividade econômica no Brasil está resiliente e mostrando bastante dinamismo, com “todas as alternativas na mesa” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Em linhas gerais, o movimento de redução dos juros nos Estados Unidos e alta da Selic, no Brasil, pode impactar positivamente nos fluxos de capitais globais e influenciar as condições financeiras internacionais, dado o diferencial dos juros.