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Dólar perde força na reta final do pregão e fecha em leve queda, a R$ 5,69, com falas de Campos Neto e China

21 out 2024, 17:06 - atualizado em 21 out 2024, 17:15
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Durante o pregão, o dólar superou R$ 5,70 com os investidores precificando a possibilidade de vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos (Imagem: Pexels)

Na reta final do pregão, o dólar à vista (USDBRL) perdeu força com novos estímulos econômicos anunciados na China e recuperação das commodities. As eleições dos Estados Unidos e a cautela com o cenário fiscal seguiram no radar.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6904 (-0,15%). Durante o pregão, a moeda norte-americana alcançou R$ 5,7351, a maior cotação intradia desde 6 de agosto.



O desempenho destoou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subiu 0,49% hoje.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar ganhou força com a continuidade da cautela com as contas públicas, apesar da alta das commodities e novos estímulos na China.

No cenário doméstico, o mercado aguarda o anúncio de medidas de contenção de gastos, enquanto o Executivo busca caminhos para cumprir as regras do arcabouço fiscal.

A expectativa é de que o governo anuncie novas medidas após o segundo turno das eleições municipais, em 27 de outubro.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a adoção de medidas fiscais pelo governo é importante para que a autoridade monetária consiga baixar juros, destacando que é difícil atingir a meta de inflação quando há uma desancoragem das expectativas para as contas públicas.

“Acabei de ler as notícias, não sei se era oficial ou não, mas estavam falando sobre reforma administrativa, havia uma expectativa de que depois das eleições nós veríamos algumas medidas. Isso é muito importante para nós no Banco Central podermos baixar as taxas de forma sustentável”, disse Campos Neto em evento da Investment Association, em São Paulo.

“Nossa missão é atingir a meta de inflação, e é muito difícil fazer isso quando há uma percepção de que o fiscal não está ancorado.”

Além disso, o Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou o aumento das projeções para inflação neste ano. O mercado elevou a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 4,50% no fim de 2024 — no teto da banda de tolerância da meta.

A pesquisa semanal mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, ao fim do próximo ano é de 11,25%, de 11,00% na semana anterior, indicando menos cortes de juros em 2025.

No exterior, a China reduziu as taxas de empréstimo de referência na fixação mensal, depois de cortar outras taxas no mês passado.

O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou um corte de 25 pontos-base em suas principais taxas de juros, reduzindo a taxa de um ano de 3,35% para 3,1% e a de cinco anos de 3,85% para 3,6%.

As ações do BC chinês fazem parte de um pacote de medidas de estímulo para reanimar a economia. Em consequência, o minério de ferro e o petróleo subiram mais de 1% hoje.

Além disso, a moeda norte-americana também tem ganhado força nos últimos dias pelo aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. O republicano tem prometido implementar medidas consideradas inflacionárias por parte de analistas, o que, em teoria, seria positivo para o dólar.

*Com informações de Reuters