Dólar

Dólar dispara com tombo do petróleo e dados de inflação no Brasil e EUA; moeda norte-americana fecha a R$ 5,65

10 set 2024, 17:02 - atualizado em 10 set 2024, 17:05
O dólar avançou e encostou na máxima do ano com dados mais fracos na China e expectativa por inflação nos Estados Unidos; Brasil registrou deflação pela primeira vez desde julho de 2023 (Imagem: Freepik)

O dólar à vista (USDBRL) ganhou força nesta terça-feira (10) à medida que os investidores elevaram a aversão ao risco na expectativa por novos dados de inflação nos Estados Unidos e números mais fracos na China.

No Brasil, o destaque foi a deflação registrada em agosto. Apesar do alívio na inflação, o mercado manteve as projeções de alta na taxa básica de juros, a Selic, na próxima semana.

Na comparação com o real, moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6553 (+1,32%).



O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou em leve alta de 005%.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou a primeira deflação desde junho de 2023.

A inflação teve queda de 0,02% em agosto na base mensal, ligeiramente abaixo da expectativa de economistas consultados pela Reuters de alta de 0,01%. Em 12 meses, o índice desacelerou para um avanço de 4,24%, de 4,50% em julho.

O resultado, apesar de representar uma desaceleração em relação ao mês anterior, ainda mostrou uma inflação distante do centro da meta de 3%.

Para André Valério, economista -sênior do Inter, o resultado de hoje não foi bom o suficiente para retirar as pressões sobre o Banco Central.

“Apesar de acreditamos que não faz sentido subir juros nesse contexto, a desancoragem das expectativas inflacionárias nos últimos meses terá maior peso sobre o processo decisório do Copom. Mas com uma inflação bem-comportada, além do esperado alívio externo à medida que o Fed cortar juros, antecipamos que o ciclo de alta será curto, tanto em quantidade de altas, quanto na magnitude dessas altas”, diz o economista.

As moedas emergentes, entre elas o real, também foram pressionadas pela piora nas perspectivas econômicas da China, depois que dados de comércio externo mostraram que a segunda maior economia do mundo teve uma desaceleração no crescimento de suas importações na base mensal em agosto, a 0,5%, ante avanço de 7,2% em julho.

O pessimismo se refletia nos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro.

Nos Estados Unidos, os investidores seguem na expectativa por novos dados de inflação.

O índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado na próxima quarta-feira (11) e deve recalibrar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve na próxima semana.

A expectativa é de que a inflação se mantenha em 0,2% na comparação mensal e uma alta de 2,6% na base anual.

Enquanto o dado não é divulgado, os traders veem 67% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, é de 33%.

Vale lembrar que quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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