Dólar volta a subir em meio a PIB forte no Brasil e dados mais fracos nos EUA; moeda norte-americana fecha a R$ 5,64
O dólar à vista (USDBRL) voltou a ganhar força ante o real, em meio ao enfraquecimento das commodities e dados mais fracos do que o Estados Unidos. O crescimento da economia brasileira acima do esperado para o segundo trimestre ficou em segundo plano.
Na comparação com o real, moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6404 (+0,46%).
O desempenho do dólar acompanhou o exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com alta de 0,12%.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar iniciou a sessão em queda em relação ao real, com Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre veio mais forte do que o esperado.
A economia brasileira cresceu 1,4% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, acima das projeções de economistas consultados pela Reuters de avanço 0,9%. Na base anual, o crescimento foi de 3,3%.
Na avaliação do Inter, o crescimento mais acelerado, impulsionado pela expansão fiscal, não é sustentável considerando o atual patamar de juros que resulta em elevado déficit fiscal e aceleração preocupante da dívida pública.
“É necessária uma revisão das políticas públicas e uma maior harmonia entre a fiscal e monetária. Sem capacidade adequada pelo lado da oferta, com o hiato do produto positivo, a pressão inflacionária pode crescer e resultar em novo ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, como já está precificado na curva de juros”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
Mas a moeda norte-americana ganhou força com dados de atividade econômica nos Estados Unidos.
Apesar da melhora o dado ficou aquém das projeções do mercado, de avanço a 47,5 no mês. O PMI também permaneceu abaixo de 50 — indicando uma contração no setor industrial — pela quinta vez consecutiva.
Logo após o dado, os investidores globais aumentaram a busca por ativos de segurança, como a moeda norte-americana e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, com a retomadas das preocupação sobre a maior economia do mundo e à espera de de dados do mercado de trabalho ao longo da semana.
Em reação, os traders veem uma chance de 63% de um corte de 25 pontos-base, o que levaria os juros norte-americanos a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, em setembro. Ontem (2), as apostas eram de 70%.
Já a probabilidade de uma redução de 50 pontos-base aumentou depois do PMI, de 30% (ontem) para 37% hoje, segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, FedWatch.
No caso dos países emergentes, a forte queda nos preços de commodities também influenciou na falta da atratividade das moedas frente ao dólar, assim como a retomada da força do iene, após o Banco do Japão reforçar sua perspectiva de elevar os juros no país.
O petróleo Brent e o minério de ferro recuaram mais de 4% nesta terça-feira (3).
*Com informações de Reuters