Mercados

Dólar fecha a R$ 4,21 com tarifas de Trump e leilões do Banco Central

02 dez 2019, 18:17 - atualizado em 02 dez 2019, 18:17
O dólar à vista fechou em queda de 0,63%, a 4,2139 reais na venda

O dólar fechou em queda ante o real no primeiro pregão de dezembro, influenciado por leilões do Banco Central, dados mais fracos nos Estados Unidos e noticiário sobre taxação sobre metais brasileiros comprados pelos EUA.

A confirmação de que o Banco Central vai corrigir dados do setor externo para mostrar números melhores, na esteira de revisão pelo Ministério da Economia de dados da balança comercial, também compôs o pano de fundo de dólar mais fraco, uma vez que sinaliza um quadro mais alentador para a oferta de moeda no país.

A moeda voltou à casa de 4,21 reais, depois de na semana passada ter flertado com 4,28 reais, com folga deixando para trás os picos históricos anteriores.

Nesta segunda-feira, o dólar à vista fechou em queda de 0,63%, a 4,2139 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar de maior liquidez caía 0,42%, a 4,2245 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas caía 0,43%. O dólar cedia frente a várias divisas emergentes pares do real, conforme indicadores econômicos mais fracos nos EUA apoiavam cenários de juros mais baixos na economia norte-americana, o que pode aumentar a atratividade de ativos emergentes.

Comentários no mercado também apontaram que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina pode ter feito preço no câmbio, já que Trump reclamou que os dois países estão promovendo forte desvalorização de suas moedas.

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
Trump disse que irá tarifar o aço brasileiro e argentino (Imagem: Reuters/Yuri Gripas)

O entendimento é que a pressão vinda de Trump poderia enfraquecer eventual disposição e aceitação no governo a uma taxa de câmbio mais depreciada no mercado local.

Em almoço na Febraban nesta segunda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, aproveitou para reforçar mensagem de que a autoridade monetária não atua no mercado de câmbio visando patamares específicos para o dólar.

Desde as mínimas de outubro, a moeda dos EUA acumula valorização de 5,68%. O Bradesco diz que “parte importante” da depreciação do real se deve a vetores domésticos, entre os quais os recentes indicadores de contas externas menos confortáveis.

O banco nota que o foco se volta na terça para dados do Produto Interno Bruto (PIB), com os números de atividade ganhando peso na definição dos cenários para o câmbio. “Os indicadores… deverão reforçar a recuperação em curso da economia brasileira”, disse o Bradesco em nota.

Mais cedo, o BC vendeu ao mercado 480 milhões de dólares em moeda à vista, de oferta de até 500 milhões. A autoridade monetária também colocou 9.600 contratos de swap cambial reverso, fazendo a troca da liquidez do mercado de derivativos para o mercado à vista.

No fim da semana passada, o BC informou que manteria operações no mercado de câmbio em dezembro para que o lote de swaps cambiais a vencer em fevereiro seja integralmente rolado ou trocado por dólares à vista.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.