Dólar fecha a R$ 4,14 com ajuste doméstico e otimismo externo
O dólar fechou em queda de pouco mais de 1% nesta sexta-feira, na casa de 4,14 reais, na mais intensa desvalorização em seis semanas, numa sessão positiva para ativos brasileiros em geral e com pano de fundo benigno no exterior.
“As tensões na América Latina arrefeceram, houve intervenções cambiais pelos bancos centrais chileno e brasileiro. Os dados de atividade no Brasil surpreenderam para melhor… E no exterior as preocupações comerciais amenizaram. Toda essa combinação ajudou o real nesta semana”, disse Rogério Braga, responsável pela gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas, citando um movimento de “compra de Brasil” nesta sexta especialmente.
O mercado de ações brasileiro bateu novos recordes históricos nesta sexta-feira, e os juros futuros devolveram parte do prêmio de risco acumulado recentemente.
O real liderou os ganhos entre 33 pares do dólar nesta sessão, mas era seguido de perto por pares latino-americanos –os pesos colombiano, chileno e mexicano–, em mais uma evidência de que investidores voltaram a comprar ativos da região depois da liquidação das últimas semanas.
No fechamento do mercado interbancário, às 17h, o dólar recuou 1,02%, a 4,1455 reais na venda.
É a maior baixa percentual diária desde 23 de outubro (-1,05%).
O patamar de encerramento é o menor desde 11 de novembro (4,1428 reais na venda).
Na mínima da sessão, o dólar foi a 4,1398 reais na venda, 2,8% abaixo da máxima recorde de fechamento –de 4,2586 reais na venda, alcançada em 27 de novembro.
Na semana, o dólar acumulou depreciação de 2,24%, mais do que apagando a alta de 1,14% da semana anterior.
A queda na semana é a mais forte desde a semana finda em 25 de outubro (-2,67%).
Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez registrava baixa de 1,11%, a 4,1435 reais.
Analistas avaliaram que o mercado local de câmbio reagiu também ao bom humor externo, após dados positivos nos Estados Unidos e notícias sobre negociações comerciais entre EUA e China endossarem otimismo quanto ao cenário para a economia mundial.
Medida da incerteza para a taxa de câmbio, a volatilidade implícita das opções de dólar/real de três meses caiu a 10,625% ao ano, mínima desde o fim de julho, quando o dólar estava em torno de 3,80 reais.