Dólar sobe a R$ 5,79 com PIB brasileiro abaixo do esperado e payroll nos EUA; divisa recua mais de 2% na semana

O dólar à vista (USDBRL) engatou a segunda alta consecutiva com os investidores repercutindo a isenção do imposto de importação de alimentos, anunciada ontem (6) depois do fechamento dos mercados. O crescimento da economia brasileira, dados de empregos nos Estados Unidos e as incertezas sobre as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, também movimentaram o mercado de câmbio.
Nesta sexta-feira (7), a divisa norte-americana encerrou a R$ 5,7902, com avanço de 0,53%.
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,23%, aos 103,837 pontos.
Na semana, o dólar caiu 2,13% ante o real.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado repercutiu a isenção do imposto de importação a itens da cesta básica para frear a inflação sobre o preço dos alimentos. Ontem (6), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciou a alíquota zero para azeite, óleo de girassol, milho, sardinha, biscoitos, massas alimentícias, café, carnes e açúcar.
Hoje (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que governo e empresários estão preocupados com a alta do preço dos alimentos e que trabalha na busca de uma solução pacífica, que não leve prejuízo aos produtores. Ele ainda disse que poderá lançar mão de medidas mais “drásticas”.
Na avaliação da XP Investimentos, a tentativa do governo em conter os preços deve ter impacto limitado nos resultados dos varejistas alimentares.
Já os economistas da Warren Investimentos calculam que a medida de isenção do imposto de importações dos alimentos deve resultar em uma queda R$ 1 bilhão por ano na arrecadação federal.
Por aqui, os investidores também repercutiram Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre (4T24) e consolidado de 2024. A economia brasileira cresceu 0,2% entre setembro e dezembro e 3,4% em 2024. Os números vieram abaixo das expectativas do mercado, que esperava um avanço trimestral de 0,4% e anual de 3,5%.
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No exterior, os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos concentraram as atenções. O relatório de emprego, o payroll, apontou a criação de 151 mil vagas de emprego em fevereiro, abaixo do consenso de abertura de 160 mil pontos de trabalho. O dado mostrou uma aceleração em relação à janeiro, quando o país criou 143 mil vagas.
A taxa de desemprego também subiu de 4% em janeiro para 4,1% em fevereiro, acima das expectativas.
Após os dados, o mercado consolidou a aposta de corte de 75 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve (Fed) até o fim do ano e maio voltou a ser cotado como um mês provável para o início do ciclo de afrouxamento monetário.
Durante a tarde, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que não há necessidade para apressar a mudança nas taxas de juros norte-americana.
O mercado também manteve o vaivém das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos países vizinhos México e Canadá, no radar.