Dólar tem leve alta e fecha a R$ 5,75 com recuo de Trump sobre tarifas

Depois de um tombo de quase 3% na véspera, o dólar à vista (USDBRL) teve uma leve alta ante o real, em meio à continuidade das incertezas sobre as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos mexicanos e canadenses, após flexibilizações anunciadas pelo presidente Donald Trump.
Nesta quinta-feira (6), a divisa norte-americana encerrou a R$ 5,7597, com avanço de 0,06%.
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,24%, aos 104,064 pontos.
O que mexe com o dólar hoje?
No cenário doméstico, os investidores ficaram em compasso de espera por medidas do governo para conter a inflação sobre os alimentos. Mais cedo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou há pouco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar medidas de enfrentamento à inflação de alimentos na tarde desta quinta-feira (6).
Segundo o ministro, Lula tinha uma reunião com associações e representantes do setor para apresentar as medidas. “Hoje bate o martelo”, disse o ministro a jornalistas. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo confirmou o encontro, mas sem a presença do presidente.
De acordo com a Secom, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, é quem coordena a reunião, que teve início por volta de 17h (horário de Brasília). Os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Agriculta, Carlos Fávaro; e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também participaram do encontro.
O mercado continuou a precificar o vaivém das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos países vizinhos México e Canadá.
Hoje (6), o chefe da Casa Branca adiou a obrigatoriedade das tarifas para produtos mexicanos que estejam no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) até 2 de abril. Entrou no radar também a possibilidade de isenções sobre determinados bens. O movimento acontece um dia após Trump adiar as taxas sobre as montadoras.
Vale lembrar que a taxação adicional de 25% sobre os produtos mexicanos e canadenses, além do aumento da alíquota de 10% para 20% sobre os produtos chineses, tinha entrado em vigor na última terça-feira (4).
Além das incertezas sobre a política tarifária, o mercado operou na espera pelo relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o payroll, de fevereiro. O dado será divulgado nesta sexta-feira (7) e deve calibrar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed).