Dólar cai pela 10ª vez consecutiva e fecha a R$ 5,84; moeda tem a maior queda mensal em um ano e meio
O dólar à vista (USDBRL) encerrou a semana e o mês de janeiro perdendo força em relação à moeda brasileira.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,8366 (-0,28%) — a 10ª queda consecutiva de baixas.
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, registrava alta de 0,61%, aos 108.405 pontos.
Na semana, a divisa acumulou baixa de 1,39%. Já no mês, o dólar se desvalorizou 5,56% — a maior queda mensal desde junho de 2023, quando recuou 5,60%.
O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar continuou a perder força ante o real com a entrada de fluxo estrangeiro e em reação aos dados econômicos locais.
Entre eles, a taxa de desemprego ficou em 6,2% no trimestre até dezembro, de 6,4% nos três meses até setembro. O dado ficou ligeiramente acima do esperado — os economistas consultados pela Reuters previam a taxa em 6,1%.
Com o resultado, a taxa média anual foi de 6,6% em 2024, de 7,8% em 2023, marcando o resultado anual mais baixo da série histórica iniciada em 2012.
Os investidores também seguiram repercutindo as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da véspera. Entre os destaques, ele reafirmou o compromisso com a responsabilidade fiscal do país e um ‘tom mais brando’ em relação ao Banco Central.
O exterior, porém, limitou a desvalorização do dólar. Nos Estados Unidos, o mercado também reagiu a dados econômicos.
O índice de preços (PCE) do país subiu 0,3% em dezembro, segundo o Bureau of Economic Analysis (BEA). Em um ano, o PCE foi a 2,6% — acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed). Os números vieram em linha com o esperado.
Além disso, a Casa Branca confirmou que os Estados Unidos vão impor tarifas de 25% sobre os produtos mexicanos e canadenses a partir deste sábado (1º). A China também será taxada em 10%. Ontem (30), o presidente Donald Trump também ameaçou os países membros do Brics, que inclui o Brasil, de tarifas de 100%, caso os países substituam o dólar como moeda de reserva e comércio.