Dólar

Dólar cai pela 8ª vez consecutiva com Fed e leilão do BC e fecha a R$ 5,86

29 jan 2025, 17:07 - atualizado em 29 jan 2025, 18:34
Tesouro nacional títulos públicos
O dólar à vista completou o o oitavo dia de quedas ante o real com novas ameaças de Trump sobre tarifas de importação e leilão do BC (Imagem: Getty Images)

O dólar à vista (USDBRL) aumentou a sequência e recuou pela oitava vez consecutiva ante a moeda brasileira. Dessa vez, a baixa deve-se à decisão sobre os juros nos Estados Unidos e após uma nova intervenção do Banco Central no câmbio. O BC brasileiro também divulga a primeira decisão de política monetária nesta quarta-feira (29) depois do fechamento do mercado.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,8662 (-0,06%). Com a baixa, a divisa completou a maior sequência de perdas desde março de 2022.



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, registrava avanço de 0,13%, aos 107,999 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

A primeira ‘Super Quarta’ do ano concentrou as atenções — e a movimentações no câmbio nesta quarta-feira (29).

No cenário doméstico, os investidores operaram em compasso de espera pela primeira decisão de política monetária do Banco Central do ano e sob o comando de Gabriel Galípolo. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve elevar os juros em 1 ponto percentual, levando a Selic para 13,25% ao ano.

Também, antes da decisão, o BC realizou um novo leilão de dólares. A autarquia vender US$ 2 bilhões em leilão em linha — com o compromisso de recompra em 5 de janeiro de 2026 —, com base na taxa de câmbio Ptax das 10h, a R$ 5,8458. Essa foi a segunda intervenção sob o comando de Galípolo.

Contudo, o foco dos investidores se voltaram aos Estados Unidos. O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve manteve os juros inalterados, na faixa de 4,25% a 4,50% — como o esperado. Segundo o comunicado, a inflação norte-americana tem reduzido a desaceleração em direção à meta de 2% e o mercado de trabalho segue apertado.

Vale lembrar que quanto mais o Fed segurar os juros em patamares elevados, melhor para o dólar, que se torna comparativamente mais atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries sobem e reduzem o apetite por risco em outros mercados emergentes, como o Brasil.

Durante a entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse a política monetária está bem posicionada, com expectativas de inflação ancoradas.

O chefe do BC dos EUA ainda afirmou que não conversou com o presidente Donald Trump sobre a taxa de juros. Na semana passada, o republicano comentou que exigiria a redução imediata dos juros.

“O Comitê está no ‘modo de espera’ para ver quais políticas [propostas por Trump] serão promulgadas. Não sabemos o que vai acontecer com tarifas, com imigração, com política fiscal e com política regulatória”, disse Powell.

Além disso, a ameaça de novas tarifas do governo Trump teve novo reflexo no câmbio. O indicado a secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, afirmou que os planos da Casa Branca são de apresentar tarifas regulares a produtos importados a partir de abril — o que reforçou a leitura de que haverá mais tarifas além das anunciadas para o México, Canadá e China.

Lutnick participou de audiência no Senado.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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