Dólar

Dólar perde força ante real com declarações de Haddad e Campos Neto e fecha a R$ 5,66

24 out 2024, 17:02 - atualizado em 24 out 2024, 17:05
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Durante o pregão, o dólar operou volátil em meio à reação ao IPCA-15, dados nos EUA e declarações de Haddad e Campos Neto (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) teve mais um dia de instabilidade com reação a dados no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado também acompanhou novas declarações de dirigentes do Banco Central e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em eventos em Washington (EUA).

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6629 (-0,69%).



O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, caiu 0,41% hoje.

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar operou instável em meio à fraqueza das commodities, expectativas para as eleições dos Estados Unidos e a continuidade das incertezas sobre o cenário fiscal brasileiro.

No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15).

Considerado a prévia da inflação oficial, o IPCA-15 teve alta de 0,54% em outubro, após avanço de 0,13% em setembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam um alta de 0,50%.

No acumulado de 12 meses, o índice subiu de 4,12% (no mês anterior) para 4,47% — no maior nível desde fevereiro e próxima ao teto da meta da inflação, de 4,50%.

Na visão do Itaú, o dado teve uma  leitura qualitativa de inflação pior que a esperada, na margem, na comparação com as últimas leituras.

“Já esperávamos tal movimento refletindo o mercado de trabalho apertado, uma vez passada a deflação de cinema e seguro de veículos”, afirma a economista do Itaú Unibanco Luciana Rabelo.

Além disso, os investidores acompanharam mais um dia de declarações de dirigentes do Banco Central (BC).

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse que o ritmo e a magnitude do ciclo de alta nos juros iniciado em setembro dependerão da análise de dados, argumentando que isso dá liberdade para o BC mudar a atuação se o cenário também mudar.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que o governo trilhará.

Em entrevista à imprensa sobre a trilha de finanças do G20, ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro afirmou que acredita nos parâmetros definidos para o arcabouço fiscal, não sendo necessário reformular o regramento, mas mostrar que ele é crível a médio e longo prazo.

Na mesma linha, Campos Neto disse que o anúncio de medidas fiscais que deve ser feito pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva pode minimizar reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas.

No exterior, a disputa pela Casa Branca ainda segue no radar, com analistas projetando que uma vitória do ex-presidente Donald Trump no pleito poderia prejudicar a moeda brasileira, já que suas promessas econômicas são consideradas inflacionárias, o que pode manter os juros norte-americanos mais altos.

Na frente de dados externos, novos números dos Estados Unidos mostraram novamente a força do mercado de trabalho do país. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 227.000 na última semana, ante 242.000 anteriormente, e ficaram abaixo da projeção de economistas de 242 mil para o período.

O resultado pode trazer nova força para o dólar nas próximas sessões, uma vez que reforça as perspectivas de um afrouxamento monetário gradual pelo Federal Reserve, o que impulsiona os rendimentos dos Treasuries.

*Com informações de Reuters 

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