Dólar completa cinco dias de queda e fecha a R$ 5,91; moeda cai mais de 2% na semana
O dólar à vista (USDBRL) recuou pelo quinto dia consecutivo e encerrou a semana também enfraquecido sobre o real. As declarações do presidente recém-empossado dos Estados Unidos, Donald Trump, continuaram a pressionar a divisa nesta sexta-feira (24).
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,9186 (-0,12%). Na semana, a divisa acumulou queda de 2,42% — o maior recuo para o período desde a semana encerrada em 9 de agosto de 2024, quando cedeu 3,43% em cinco dias úteis.
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, registrava baixa de 0,57%, aos 107,474 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, os investidores repercutiram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15). O dado, considerado a prévia da inflação, subiu 0,11% em janeiro ante alta de 0,34% apurada em dezembro.
Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 4,50% em dezembro.
Apesar de mostrar uma desaceleração, o número ficou acima do esperado. A expectativa era de que o índice cairia 0,01% este mês e desaceleraria para 4,36% no acumulado de 12 meses, segundo a mediana do Broadcast.
O mercado também seguiu repercutindo possíveis iniciativas do governo para conter os preços de alimentos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros nesta sexta-feira (24).
Em entrevista a jornalistas, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que algumas medidas, como a redução das alíquotas de importação, podem ser implementadas para que a comida da população fique mais barata. Mas, até agora, não há nada definido.
As movimentações locais, porém, ficaram em segundo plano com o alívio da aversão ao risco no exterior.
Mais uma vez as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfraqueceram a moeda norte-americana ante as divisas emergentes.
Em entrevista à Fox News, Trump afirmou que pode chegar a uma acordo de não impor tarifas à China. “Mas temos um poder muito grande sobre a China, que são as tarifas, e eles não as querem, e eu preferiria não ter que usá-las, mas é um poder tremendo sobre a China”, disse o presidente norte-americano.
Vale lembrar que Trump, durante a campanha, prometeu a criação de tarifa de 10% sobre as importações chinesas e também contra a União Europeia, México e Canadá. Mas, ao contrário do esperado, o republicano não impôs as medidas imediatamente na posse.