Dólar engata 4º dia de queda com Trump e fecha a R$ 5,92
O dólar à vista (USDBRL) teve mais um dia de desvalorização ante o real pelo mesmo motivo das sessões anteriores: o presidente recém-empossado dos Estados Unidos, Donald Trump. As perdas, porém, foram limitadas pelo possível aumento dos gastos do governo brasileiro — que elevou as preocupações dos investidores sobre as contas públicas.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,9255 (-0,35%). Na mínima intradia, o dólar foi cotado a R$ R$ 5,8745 (-1,21%).
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, registrou baixa de 0,12%, aos 108.052 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o dólar reduziu as perdas na reta final do pregão com a notícia de que o governo avalia um possível programa para fornecer alimentos com custo reduzido por meio de uma rede popular de abastecimento — o que reacendeu as preocupações dos investidores sobre as contas do governo e a trajetória da dívida pública.
O objetivo do programa, segundo a Bloomberg, é combater a inflação e aumentar a popularidade do governo.
Mas as primeiras medidas e promessas do governo Trump seguem ajudando a enfraquecer a divisa norte-americana ante o real. Desde a posse de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, na última segunda-feira (20), o dólar vem cedendo pouco a pouco e já acumula recuo de mais de 2%.
Nesta quinta-feira (23), o presidente norte-americano disse que a imposição de tarifas de importação para diversos países levarão “bilhões de dólares, e até trilhões” para o Tesouro” do país, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos — sem dar mais detalhes. Ele participou do evento por videoconferência.
Trump também voltou a dizer que espera uma boa relação com o presidente da China, Xi Jinping. “Temos que fazer uma relação justa com a China.”
Nessa semana, o republicano já havia sinalizado a imposição de tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá a partir de 1º de fevereiro. Segundo ele, ainda não há data definida para a aplicação de tarifas sobre importações da China.