Dólar tem 2ª queda consecutiva com Trump e fecha a R$ 6,03
O dólar à vista (USDBRL) aprofundou o ritmo de queda nesta terça-feira (21) e encostou no nível de R$ 6, com o real se beneficiando de um fluxo de recursos externos combinado com um ajuste de posições em meio ao enfraquecimento de outras moedas latino-americanas — como o peso mexicano.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0307 (-0,19%). Na mínima intradia, o dólar foi cotado a R$ 6,0177 (-0,40%).
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, registrou baixa de 1,28%, aos 108.063 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o dólar perdeu força com o fluxo estrangeiro e ajuste de posições após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os investidores estrangeiros injetaram mais de R$ 9 bilhões na bolsa brasileira nos dias 16 e 17 de janeiro. De acordo com dados da B3, as entradas nesses dias foram de R$ 6,513 bilhões e R$ 2,92 bilhões, respectivamente.
O mercado também repercutiu a notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode não concorrer à reeleição em 2026.
Segundo a apuração da Tainá Falcão/CNN Brasil, a declaração do chefe do Executivo foi dada durante a reunião ministerial de segunda-feira (20), na Granja do Torto, e surpreendeu ministros. Lula voltou a pedir empenho para que o governo ganhe as eleições em 2026, independentemente de ele ser o candidato.
Ainda de acordo com a CNN, o presidente deverá ser o candidato na corrida eleitoral para vários ministros. Isso porque a avaliação é de que não existe um sucessor à altura de Lula para ganhar a disputa.
No exterior, as atenções seguem concentradas nos primeiros dias do governo Trump. Isso porque ainda há incertezas sobre as tarifas de importação prometidas pelo republicano durante a campanha eleitoral.
Nesta terça-feira (21), Trump disse que pode pode impor tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá a partir de 1º de fevereiro.
O presidente norte-americano também indicou que ainda não há data definida para a aplicação de tarifas sobre importações da China, destacando que o assunto precisa ser amplamente debatido. Ele ainda sugeriu a possibilidade de taxar a Europa caso o bloco não amplie as compras de petróleo do país.