Dólar

Dólar tem nova queda de 1% ante o real com China e fecha a R$ 5,68

17 mar 2025, 17:13 - atualizado em 17 mar 2025, 17:36
dólar estrangeiros
O dólar à vista fechou em queda pelo 4º dia consecutivo com anúncio de estímulos na China e expectativa por decisões sobre juros no Brasil e nos EUA (Imagem: iStock.com/MicroStockHub)

O dólar à vista (USDBRL) segue em ritmo de quedas com tensões comerciais e dados no Brasil e nos Estados Unidos, antes das decisões de política monetária.

Nesta segunda-feira (17), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6864, com queda de 0,99% — no menor nível desde novembro de 2024.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,31%, aos 103,400 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,89% em janeiro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado. O dado divulgado pelo Banco Central ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,22%.

Na avaliação do Bank of America (BofA), o número não altera a visão de que há uma desaceleração da atividade em curso, “pois a expansão foi provavelmente motivada por um retorno nas vendas do varejo amplo após impressões negativas em novembro e dezembro”.

Segundo os economistas do banco, a maioria dos indicadores de atividade econômica seguem mostrando contração ou neutralidade. O BofA manteve a projeção de crescimento de 2% do PIB brasileiro em 2025.

O real também ganhou força com com apoio da China, que anunciou um plano de iniciativas para aumentar o consumo interno. Entre as medidas prometidas estão um ajuste no salário mínimo e estabilidade do mercado de ações.

“Sendo a segunda maior economia do mundo e contando com um extenso mercado doméstico, medidas que visam estimular o consumo das famílias chinesas tendem a impulsionar a demanda por bens e produtos globais, beneficiando especialmente as economias com fortes laços comerciais com o país asiático. O Brasil, como um dos principais parceiros comerciais da China, está bem posicionado para se beneficiar desse movimento, o que ajuda a explicar a valorização do real na sessão de hoje”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Já nos Estados Unidos, os investidores repercutiram novos dados econômicos, enquanto esperam a decisão sobre os juros pelo Federal Reserve (Fed).

As vendas no varejo aumentaram 0,2% em fevereiro, após uma queda revisada de 1,2% em janeiro, segundo dados do Departamento de Comércio. Os economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, avançariam 0,6%, depois de uma queda de 0,9% em janeiro.

O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed divulga a nova decisão na próxima quarta-feira (19) e a expectativa é de que o Banco Central norte-americano mantenha as taxas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.

As tarifas de importação pelo presidente norte-americano, Donald Trump, seguem no radar, em meio a incertezas sobre a economia global.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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