Dólar ganha força com expectativas sobre o governo Trump e fecha a R$ 6,05
O dólar à vista (USDBRL) iniciou a sessão em baixa, mas voltou a ganhar força ao longo do pregão com o exterior.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0533 (+0,47%). Nas primeiras horas da sessão, o dólar chegou a operar abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 13 de dezembro do ano passado.
O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, recuou 0,10%, aos 108,988 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar iniciou a sessão em queda com o exterior, mas voltou a subir e se aproximou do patamar de R$ 6,10 com expectativas sobre o governo Trump.
Em audiência no Senado norte-americano, o futuro secretário do Tesouro dos Estados Unidoss, Scott Bessent, afirmou deverá “assegurar que o dólar continue como a reserva do mundo” e que a gestão Trump avaliará as tarifas de importados de três formas. “Tarifa será para remediar práticas de comércio, como taxas sobre aço da China”, disse.
Em dezembro do ano passado, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou que o Brasil cobra tarifas altas sobre os produtos que importa do país norte-americano e que o seu governo vai “cobrar a mesma coisa”.
“Nós vamos tratar as pessoas de forma muito justa, mas a palavra ‘recíproco’ é importante, porque se alguém nos cobra… Se a Índia nos cobrar 100% e nós não cobrarmos nada pela mesma coisa… Eles mandam uma bicicleta para nós, nós mandamos uma bicicleta para eles, eles nos cobram 100, 200. A Índia cobra muito, O Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”, disse Trump na ocasião.
O republicano assume a presidência da maior economia do mundo na próxima segunda-feira (20).
- LEIA TAMBÉM: Banco Mundial alerta que tarifas dos EUA podem reduzir perspectiva de crescimento global
Em segundo plano, o mercado doméstico acompanhou a sanção da Reforma Tributária pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que a medida é o maior legado da economia a ser entregue pelo governo para a população, ainda que seus efeitos não sejam vistos de forma imediata
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) também movimentou o pregão. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o índice registrou avanço de 0,1% em novembro em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado. A leitura foi melhor do que a expectativa dos analistas consultados pela Reuters de estagnação no mês. O dado repercutiu apenas nas primeiras horas da sessão de hoje (16)
Já na comparação com divisas globais, o dólar seguiu em ritmo de queda com a perspectiva de mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) até o fim do ano, ainda na repercussão de dados de inflação mais fracos do que o esperado.
O diretor do Fed, Chris Waller, disse que se a inflação continuar desacelerando nos EUA, é provável que o Fed reduza a taxa de juros mais cedo e mais rápido do que o esperado, em entrevista a CNBC nesta quinta-feira (16).