Dólar

Dólar ganha força com expectativas sobre o governo Trump e fecha a R$ 6,05

16 jan 2025, 17:14 - atualizado em 16 jan 2025, 17:19
dolar
O dólar à vista furou o piso de R$ 6 pela primeira vez em mais de um mês no início da sessão, mas ganhou força na segunda parte do pregão com falas do futuro secretário dos EUA sobre tarifa de importação (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) iniciou a sessão em baixa, mas voltou a ganhar força ao longo do pregão com o exterior.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0533 (+0,47%). Nas primeiras horas da sessão, o dólar chegou a operar abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 13 de dezembro do ano passado.  



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, recuou 0,10%, aos 108,988 pontos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar iniciou a sessão em queda com o exterior, mas voltou a subir e se aproximou do patamar de R$ 6,10 com expectativas sobre o governo Trump.

Em audiência no Senado norte-americano, o futuro secretário do Tesouro dos Estados Unidoss, Scott Bessent, afirmou deverá “assegurar que o dólar continue como a reserva do mundo” e que a gestão Trump avaliará as tarifas de importados de três formas. “Tarifa será para remediar práticas de comércio, como taxas sobre aço da China”, disse.

Em dezembro do ano passado, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou que o Brasil cobra tarifas altas sobre os produtos que importa do país norte-americano e que o seu governo vai “cobrar a mesma coisa”.

“Nós vamos tratar as pessoas de forma muito justa, mas a palavra ‘recíproco’ é importante, porque se alguém nos cobra… Se a Índia nos cobrar 100% e nós não cobrarmos nada pela mesma coisa… Eles mandam uma bicicleta para nós, nós mandamos uma bicicleta para eles, eles nos cobram 100, 200. A Índia cobra muito, O Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”, disse Trump na ocasião.

O republicano assume a presidência da maior economia do mundo na próxima segunda-feira (20).

Em segundo plano, o mercado doméstico acompanhou a sanção da Reforma Tributária pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que a medida é o maior legado da economia a ser entregue pelo governo para a população, ainda que seus efeitos não sejam vistos de forma imediata

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) também movimentou o pregão. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o índice registrou avanço de 0,1% em novembro em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado. A leitura foi melhor do que a expectativa dos analistas consultados pela Reuters de estagnação no mês. O dado repercutiu apenas nas primeiras horas da sessão de hoje (16) 

Já na comparação com divisas globais, o dólar seguiu em ritmo de queda com a perspectiva de mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) até o fim do ano, ainda na repercussão de dados de inflação mais fracos do que o esperado.

O diretor do Fed, Chris Waller, disse que se a inflação continuar desacelerando nos EUA, é provável que o Fed reduza a taxa de juros mais cedo e mais rápido do que o esperado, em entrevista a CNBC nesta quinta-feira (16).

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.