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Dólar recua 1% com o exterior e fecha a R$ 5,74; divisa perde força ante o real na semana

14 mar 2025, 17:04 - atualizado em 14 mar 2025, 17:10
dolar - real
O dólar à vista fechou em queda pelo 3º dia consecutivo com expectativa de estímulos na China e queda inesperada da dívida pública (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) registrou a terceira queda consecutiva na semana, com o aumento do apetite ao risco no exterior em meio a expectativa de novos estímulos econômicos na China. Os dados de dívida pública brasileira e votação do Orçamento de 2025 também dividiram as atenções dos investidores.

Nesta sexta-feira (14), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7433, com queda de 0,98%.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,12%, aos 103,704 pontos.

Na semana, o dólar recuou de 0,81% ante o real.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, os investidores locais repercutiram a queda inesperada da dívida pública brasileira em janeiro. De acordo com dados do Banco Central, o setor público consolidado teve superávit primário recorde e a valorização do real reduziu a despesa com juros.

A dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou janeiro em 75,3%, menor patamar desde abril de 2024. O resultado ficou bem abaixo dos 76,1% do mês anterior e da expectativa de 76,2% apontada por economistas em pesquisa da Reuters.

Já dívida líquida foi a 60,8% em janeiro, de 61,2% em dezembro e projeção de 61,3%.

Os dados mais positivos do endividamento tiveram ajuda do superávit primário de R$ 104,096 bilhões registrado em janeiro no setor público consolidado, acima da expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo positivo de R$ 102,135 bilhões. Esse foi o melhor resultado já registrado na série histórica do BC para todos os meses.

“Esse desempenho levou analistas a verem um cenário menos incerto para o Banco Central no combate à inflação, especialmente com mais uma alta de juros já precificada para março”, afirma o economista e consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo.

Além disso, a votação do Orçamento de 2025 no Congresso Nacional, esperada para a próxima semana, deve acontecer apenas em abril. Ontem (13), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, confirmou a redução de R$ 7,7 bilhões no programa Bolsa Família proposta pelo governo na Lei Orçamentária (LOA) de 2025 e disse que a medida não é um “corte”.

O real também ganhou força com o desempenho positivo das commodities. O minério de ferro e o petróleo Brent avançaram mais de 1% com a expectativa de que a China venha anunciar novos estímulos econômicos na próxima semana — o que elevou o apetite ao risco dos mercados.

Em geral, os países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, são impactados positivamente com aumento dos preços das commodities. 

No exterior, após dados de inflação mais fracos do que o esperado, a decisão sobre os juros do Federal Reserve (Fed) entrou no radar. O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) se reúne na próxima semana e a expectativa é de que o Banco Central norte-americano mantenha as taxas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.

Ainda nos Estados Unidos, o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, disse que votaria a favor do avanço de uma medida republicana para financiar o governo até setembro, acabando com a ameaça de paralisação dos setor público.

A imposição de tarifas de importação pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e as negociações de um cessar-fogo na guerra da Ucrânia seguiram no radar.

*Com informações de Reuters 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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