Dólar tem leve queda com apoio das commodities e fecha a R$ 6,09
O dólar à vista (USDBRL) iniciou a semana em queda em meio à valorização das commodities.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0985 (-0,08%).
O desempenho destoou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, encerrou as negociações com alta de 0,30%, aos 109,953 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, os investidores seguiram ajustando as posições em meio à continuidade das incertezas sobre o cenário fiscal e economia global ao longo do ano.
O mercado também acompanhou novas declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen. Em evento em São Paulo, ele afirmou que não houve nenhuma mudança na forma de o BC conduzir a política cambial e ressaltou que a autoridade monetária busca evitar disfuncionalidades.
Vale lembrar que em dezembro, o BC injetou mais de US$ 30 bilhões no mercado, em uma série de intervenções. Sobre isso, Guillen disse que usualmente há uma “sazonalidade ruim” no câmbio no último mês do ano, que se somou a um fluxo negativo de dólares no país.
Além disso, a forte valorização das commodities favoreceram o real nesta segunda-feira (13), já que o Brasil é um país emergente e exportador de commodities.
O minério de ferro avançou quase 2% com a expectativa de que a China deve anunciar novos estímulos à economia. Já o petróleo superou a cotação de US$ 80 pela primeira vez desde outubro após o anúncio de novas sanções dos Estados Unidos ao petróleo russo e os efeitos esperados nas exportações para os principais compradores, entre eles de Índia e China.
No exterior, o dólar ganhou força com os agentes financeiros continuando a se posicionar para o início do governo de Donald Trump, com expectativas de acirramento de guerras comerciais devido às promessas de tarifas pelo republicano.
Há também a perspectiva de que os juros devem seguir elevados nos Estados Unidos, com as sinalizações do Federal Reserve (Fed) na última reunião em dezembro. Durante o pregão, o rendimento (yield) do título do Tesouro norte-americano de 10 anos superou 4,8% pela primeira vez desde novembro de 2023.
Quanto maiores os juros, melhor para o dólar, que se torna comparativamente mais atrativo à medida que os yields dos Treasuries — considerados um dos ativos mais seguros do mundo — valorizam, reduzindo apetite por risco em outros mercados, principalmente os emergentes.