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Dólar em queda: Credit Suisse diz que há espaço para mais valorização do real

24 mar 2022, 17:12 - atualizado em 24 mar 2022, 18:30
Fluxo cambial, dólar
Credit Suisse lembra que a valorização real neste ano acontece depois de a moeda perder 40% entre 2020 e 2021 frente ao dólar. (Imagem: REUTERS)

O Credit Suisse avaliou que o dólar pode cair ainda mais, dos atuais R$ 4,82 para R$ 4,10, segundo relatório desta quinta-feira (24). O valor é o patamar mínimo de uma banda que vai até R$ 4,80 – cuja mediana é R$ 4,50.

Apesar dessa possibilidade indicada pelos modelos do banco em março, a instituição tem uma visão neutra para o câmbio, com uma projeção de R$ 5,00 para a moeda nos próximos três meses e de R$ 5,30 em 12 meses.

Com o o movimento, o viés para a projeção de inflação seria para baixo, a 4,0% em 2023, avaliou o banco, em relatório assinado por Solange Srour e equipe.

“A valorização [do real] dependeria da redução da incerteza política e fiscal nos próximos meses, razão pela qual temos defendido a Conselho Monetário Nacional não abandone a meta de inflação para 2022, nem aumente a meta para 2023”.

O Credit Suisse lembra que a valorização real neste ano, de mais de 10%, acontece depois de a moeda perder 40% entre 2020 e 2021 frente ao dólar.

O movimento de apreciação deste ano é explicado pelo diferencial da taxa de juros real entre o Brasil e o resto do mundo, além da alta dos preços das commodities – que beneficia produtos exportados pelo país.

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Incertezas para o dólar

Segundo o Credit Suisse, entre os riscos para uma moeda mais depreciada do que a dos modelos do banco está a incerteza resultante das eleições presidenciais deste ano. “A volatilidade percebida no segundo semestre de uma eleição ano foi estatisticamente muito maior do que em anos não eleitorais”.

Além disso, ponderam os analistas, é incerto qual será a política econômica do novo governo, nomeadamente no que diz respeito ao processo de consolidação orçamental. Para o banco, os principais os candidatos ainda precisam fornecer orientações claras sobre o assunto.

Para o Credit Suisse, as contas fiscais permanecem frágeis e é improvável que a dívida bruta se estabilize nos próximos anos com o nível atual das taxas reais.

“Além disso, a discussão sobre as reformas fiscais (por exemplo, reforma administrativa) foi adiada para 2023”, diz. Segundo o banco, o aperto da política monetária nos mercados desenvolvidos poderia ser mais forte do que o esperado, reduzindo o fator diferencial da taxa de juros.