Câmbio

Dólar e juros recuam após novas sinalizações do BC

15 jun 2018, 11:53 - atualizado em 15 jun 2018, 11:53

Dólar

Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini – O dólar comercial abriu em queda hoje, depois de atingir R$ 3,81 ontem, uma das maiores cotações em 10 anos mesmo após o Banco Central (BC) vender  US$ 5,440 bilhões por meio de 108,8 mil contratos de swap cambial. Hoje, o dia começou já com um leilão de 35 mil contratos, ou US$ 1,750 bilhão e um mercado mais calmo após o BC reafirmar a disposição de segurar as oscilações da moeda americana oferecendo proteção (hedge) cambial ao anunciar mais US$ 10 bilhões swaps na semana que vem. Com isso, o dólar comercial, das grandes transações, abriu em queda de 0,6%, aos R$ 3,79 para venda, enquanto o dólar turismo, do varejo, recua 0,5%, para R$ 3,94 para venda.

Trump assina medidas contra importações chinesas

No exterior, a moeda americana recua diante do euro e do iene, enquanto a tensão entre Estados Unidos e China cresce. O presidente Donald Trump teria assinado a medida que fixa tarifas de importação aos produtos chineses, diante da falta de progresso nas negociações entre os dois países para reduzir o superávit comercial da China. Já os chineses prometem responder à altura, também tributando importações americanas. As restrições de Trump devem atingir US$ 50 bilhões em importações de produtos chineses e podem dar início a uma escalada que reduziria o comércio mundial e a economia global.

Os índices das bolsas na Europa estão em queda, bem como os mercados futuros das bolsas americanas. O dólar cai e os juros dos papéis de 10 anos do Tesouro dos EUA recuam para 2,90% ao ano, ante 2,94% ontem.

Tensão entre Itália e França

Na Europa, além das tensões comerciais com os americanos, há problemas políticos entre França e Itália em torno de imigrantes. O novo governo italiano, eleito com uma plataforma anti-imigração, rejeitou um navio carregado de imigrantes, que acabou sendo recebido pela Espanha. O presidente francês, Emmanuel Macron criticou a atitude italiana, o que deu origem a um incidente diplomático. Hoje, autoridades italianas devem se reunir em Paris com Macron para reduzir a tensão e discutir a questão dos refugiados.

Argentina troca presidente do BC

Na Argentina, o presidente do Banco Central Federico Sturzenegger pediu demissão e foi substituído pelo ministro das Finanças, Luis Caputo, substituição que foi bem recebida pelo mercado. A moeda está em queda no mercado de varejo e o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, reafirmou o sistema de câmbio flutuante, mas disse que o BC poderá intervir para normalizar os mercados. A troca ocorre poucos dias depois de o país acertar um acordo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ontem, o dólar subiu 6% em pesos, em meio à forte queda das moedas de países emergentes.

Juros caem e CMN e Tesouro agem

No Brasil, a queda do dólar reduz também os juros, que foram fortemente pressionados ontem com a disparada do dólar. A reafirmação do BC sobre a política monetária baseada na inflação e não no dólar veio acompanhada do anúncio do Tesouro cancelando os leilões de títulos regulares da semana que vem e da previsão de leilões de recompra de títulos longos para reduzir a pressão sobre os mercados. O Conselho Monetário Nacional (CMN) também reduziu as exigências de aplicação em papéis prefixados dos fundos de previdência abertos, os PGBL e VGBL, para permitir uma menor pressão sobre esses papéis e sobre os mercados futuros de juros, que precisam se ajustar às novas taxas.

O contrato de DI para janeiro de 2019, que dá a projeção deste ano, projeta 7,51%, ante 7,61% ontem, mesmo assim bem acima da taxa atual, de 6,50%, projetando novas altas dos juros básicos para este ano.

Nos contratos mais longos, os juros caem, com o contrato para 2025 projetando 12,26%, ante 12,38% ontem.

Já o Índice Bovespa cai 0,7%, para 70,879 pontos, perdendo assim o nível psicológico dos 71 mil pontos. Braskem sobe 13% com a notícia de que a Odebrecht estaria negociando a venda da empresa para a empresa holandesa LyondellBasell.

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