Moedas

Dólar devolve perdas e passa a apresentar leve alta contra real

03 nov 2020, 14:52 - atualizado em 03 nov 2020, 14:52
Às 14:25, o dólar avançava 0,15%, a 5,7470 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar devolvia suas perdas iniciais e passava a operar entre estabilidade e leve alta contra o real nesta terça-feira, com a cautela em relação ao cenário doméstico ofuscando o apetite global por ativos de risco em meio à precificação de uma vitória democrata nas acirradas eleições norte-americanas.

Às 14:25, o dólar avançava 0,15%, a 5,7470 reais na venda, depois de ter chegado a tocar 5,6496 reais na mínima do dia, queda de mais de 1,5%.

O dólar futuro de maior liquidez tinha estabilidade, a 5,7505 reais.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, “o real está com performance aquém de seus pares emergentes em razão de preocupações com o cenário fiscal brasileiro.”

A notícia de que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na véspera estar preocupado e pessimista com o calendário desorganizado do governo para as pautas que deveriam ser votadas ajudava a elevar a cautela entre os investidores locais, disse Rostagno.

“Nosso tempo já passou”, disse Maia em live promovida pelo jornal Valor Econômico, afirmando que o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 pode ser votado até dezembro, mas o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano não.

Dúvidas sobre como o governo financiaria um projeto de auxílio econômico diante de um orçamento apertado têm dominado o radar dos operadores domésticos, que temem um possível furo no teto de gastos.

Colaborando para a busca por segurança, Rostagno citou a “incorporação do movimento de ontem, que não foi um bom dia para mercados emergentes”. Os mercados financeiros brasileiros permaneceram fechados na segunda-feira devido ao feriado do Dia de Finados.

Apesar da retomada de algum terreno da moeda norte-americana frente à brasileira, o dólar operava em forte queda contra uma cesta das principais moedas, refletindo a vantagem do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, nas últimas pesquisas eleitorais.

Embora “ainda não (seja) possível definir um resultado concreto”, o time econômico da Guide Investimentos destacou em nota que “um mercado aparentemente mais otimista segue avaliando como boas as chances de uma ‘onda azul’, onde os democratas levam, além da presidência, a maioria nas Casas do Legislativo -–fato que auxiliaria na transição mais rápida do poder e, como consequência, a aprovação mais rápida de novos estímulos econômicos na maior economia do mundo.”