Dólar deve buscar os R$ 4,70 e quem ganha é o Ibovespa; Onde investir?
A Bolsa brasileira vem surfando na queda do dólar nas últimas semanas, afirmam analistas. Enquanto a moeda norte-americana acumula queda de 1,3% desde o começo de abril até o fechamento desta sexta-feira (19), o Ibovespa (IBOV) deu um salto de 9%.
O real tem se beneficiado do enfraquecimento do dólar e dos títulos do tesouro dos Estados Unidos, as tresuares, afirma o analista da Ajax Capital, Rafael Passos. Lá fora, o Dollar Index (DXY) recua em conformidade com a crise financeira dos bancos. Entre abril e maio, o DXY teve um avanço tímido perto de 1%.
Além disso, a moeda brasileira e, consequentemente a B3, se fortalecem ao passo que o mercado vê uma melhora na percepção fiscal no Brasil. O analista da Ajax explica que o novo arcabouço fiscal foi o responsável por anular a percepção de um eventual colapso fiscal no país.
Apesar do otimismo, Passos diz que o movimento não deve continuar na mesma intensidade por muito tempo. Segundo ele, o real chegou ao seu “limite de apreciação”, pois deve haver desaceleração da atividade brasileira no segundo semestre. Além de uma queda nas commodities.
Ainda assim, o profissional da Ajax enxerga que a cotação do dólar em reais pode cair até os R$ 4,80 no curto prazo.
Já o sócio-diretor da Pronto Investimentos, Vanei Nagem, acredita que a moeda americana deve buscar os R$ 4,70. Isso devido a uma eventual melhora econômica no mundo.
Nagem ainda defende que o movimento de depreciação do dólar vai continuar no longo prazo.
Quais investimentos ganham com a queda do dólar?
Passos, da Ajax, destaca que, na Bolsa, a queda do dólar impulsiona os players que não têm correlação com a divisa estrangeira e aqueles que se beneficiam da atividade local.
Ele destaca os setores doméstico, de varejo, consumo, concessão, logística e utilities. Por outro lado, setores de commodities e papel & celulose perdem tração com a queda do dólar, diz Passos.
Além disso, os investidores aplicados em investimentos pré-fixados também tendem a sair ganhando, afirma. Isso porque, com a desaceleração da moeda americana, os juros futuros entram em tendência de queda.