Dólar derrete e bancão gringo vê moeda despencando ainda mais; veja projeção
O dólar à vista opera em queda nesta segunda-feira (19), mantendo o viés de desvalorização frente ao real exibido nas últimas semanas. Há pouco, por volta das 14h05 (de Brasília), a moeda norte-americana recuava mais de 1% e era negociada nas mínimas do dia, a R$ 4,76 para venda.
Com isso, a divisa estrangeira atingia também as mínimas de 2023 e segue nos menores níveis desde o fim de maio de 2022.
Contudo, após o analista da Empiricus Research, Enzo Pacheco, dizer que “não é absurdo pensar” em um dólar nos níveis de R$ 4,60 e até de R$ 4,50 nas próximas semanas, o Goldman Sachs vai além.
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O banco norte-americano revisou suas projeções e prevê que a moeda pode derreter ainda mais nos próximos meses e a cotação voltar aos patamares pré-pandemia de covid-19.
Dólar nos níveis do começo de 2020
Diante da expectativa de melhora das condições econômicas no Brasil, o Goldman revisou suas projeções para o dólar nos próximos meses, apostando em taxa de R$ 4,40 para os próximos seis e 12 meses.
O dólar está longe desse patamar desde o fim de fevereiro de 2020, antes da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar o estado de pandemia pela covid-19.
“Embora uma pequena retração após um forte rali seja certamente possível, o dólar frente ao real ainda tem espaço para uma tendência de baixa”, comentam os analistas do Goldman. O banco americano ainda destaca a queda perto de 10% da moeda no acumulado de 2023, perdendo apenas para o peso mexicano.
Sobre a surpresa da agência de classificação de risco S&P de elevar a perspectiva do Brasil de “estável” para “positiva” reafirmando o rating “BB-“, os analistas da instituição financeira observam que é incomum que mudanças de classificação ocorram antes que uma reforma seja finalizada.
“Achamos que é provável que existam outros fatores no modelo de rating da S&P que sinalizam acima de BB-. Está por detrás dessa revisão a queda acentuada da taxa de inflação global”, dizem.
Para os analistas do banco, contando que o cenário doméstico continua favorável e o interesse no diferencial de juros entre países – o chamado “carry trade” -, permanece elevado, o real pode continuar gerando retornos positivos nos próximos meses.
Decisão do Copom e inflação no radar
Na quarta-feira (21), sai a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros (Selic). Porém, a expectativa do mercado financeiro é de que o BC mantenha a taxa em 13,75% ao ano mais uma vez.
No entanto, o Goldman reforça a projeção do mercado e ressaltam a possibilidade de corte da Selic no encontro do Copom em agosto. “Sendo assim, a orientação futura do BC nesta semana será acompanhada de perto por investidores”, reforçam.