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Dólar: Com moeda em queda, saiba se é hora de investir no exterior

11 abr 2022, 17:16 - atualizado em 11 abr 2022, 17:16
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Dólar está em queda desde o começo do ano e traz à tona a pergunta de milhões: é hora de investir no exterior? (Engin Akyurt/Pexels)

Com o dólar caindo a patamares não vistos desde o período pré-pandemia de covid-19, investimentos no exterior se tornam novamente atraentes para os investidores brasileiros.

Às 16h38 desta segunda-feira (11), a moeda norte-americana operava em queda de R$ 4,6894 — valor é bem inferior à máxima de R$ 5,54, atingida em meados de abril do ano passado.

Para os analistas ouvidos pelo Money Times, agora é o momento de investir em ativos nos Estados Unidos — sejam em renda fixa, variável e fundos imobiliários.

Para quem tem medo de abrir uma conta no exterior, os especialistas recomendam os BDR’s (Brazilian Depositary Receipts, certificados emitidos no Brasil que possuem como lastro ações emitidas no exterior) ou ETFs (fundos de investimentos).

Para Luigi Wis, especialista de investimentos da Genial, o momento é propício para que os investidores diversifiquem suas carteiras, abrindo espaço para “uma maior exposição a ativos de outros países”.

Mas ele faz um alerta: é bom tomar cuidado com as Bolsas norte-americanas.

“A queda recente do dólar abre um espaço para o cliente aumentar sua exposição ao exterior, mas deve-se ficar atento para não se expor demasiadamente às ações americanas, pela alta do juros que devemos ter em breve nos EUA”, explica.

“É um momento interessante para aumentar a exposição no exterior, mas não especificamente em ações por conta da alta dos juros. É legal pensar em investimentos em fundos imobiliários ou ativos que tenham um risco menor do que as ações”, diz.

A queda do dólar, segundo os especialistas, pode não ser duradoura por uma série de motivos — como as eleições presidenciais brasileiras, que acontecem em outubro deste ano e a inflação do Brasil, que deve continuar alta.

É por isso que, para Túlio Nunes, especialista em finanças na Toro Investimentos, investimentos no exterior devem ser feitos “a curtíssimo prazo” — bem como reservas para viagens aos Estados Unidos.

“Vivemos um momento de incertezas econômicas, por não sabermos quem será o próximo presidente, e com a inflação batendo dois dígitos. Nós vemos essa queda do dólar devido ao fluxo estrangeiro, e não sabemos até quando isso vai acontecer”, diz.

A médio e a longo prazo, segundo ele, é impossível prever se o dólar continuará a cair. Segundo previsão do último Boletim Focus, divulgado em 25 de março, a moeda deve fechar o ano a R$ 5,25.

Nunes indica, para o investidor que deseja alocar capital no exterior, opções como “investir em imóveis e terrenos nos Estados Unidos”.

Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners, entende que investir no exterior é algo que o investidor precisa ter no radar mesmo em momentos nos quais o dólar não está em queda.

“O dólar em queda, em si, não é um motivo para o investidor começar a olhar para o exterior para começar um investimento, ele deve sempre olhar para isso por dois motivos: primeiro pela diversificação do mercado, e se expor não só a economia brasileira, mas a mais economias, e segundo porque, a longo prazo, o viés do dólar é de alta”, diz.

Braz aponta que o caminho das pedras para esse tipo de investimento é “fazê-lo gradualmente”.

“Mas investir em outros países não é apenas uma boa ideia para o momento, é algo essencial. Para quem quer proteger seu poder de compra, esse é o investimento ideal”, afirma.

E por que investir nos Estados Unidos?

Para Braz, da Urca Capital Partners, é interessante investir no país pelo fato de ele ter uma “economia muito mais estável que a brasileira”, o que garante “ganhos mais fortes”.

“No longo prazo, a economia dos EUA tende a se desenvolver mais do que a brasileira e a se recuperar mais rápido em momentos de crise”, explica.

Já Eduardo Grübler, gestor de renda variável da Warren, identifica que o investimento no exterior (mesmo que não seja especificamente nos EUA), é “sempre uma boa ideia”.

“É sempre uma boa ideia diversificar a geografia dos seus investimentos, já que a maioria das crises é localizada, e não global. O dólar mais baixo possibilita ao investidor brasileiro fazer isso de forma mais barata, pois menos reais precisam ser desembolsados para as ações no exterior”, diz. “Os principais ganhos em investir nos EUA são a segurança jurídica e regras de proteção ao investidor.”

Até quando o dólar vai cair?

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(Roman Samokhin | Dreamstime.com)

Para o economista e sócio da Monte Bravo Investimentos, Luciano Costa, ainda há espaço para o câmbio se apreciar, devido aos favores que trabalham a favor do real e contra o dólar.

O economista acredita que as pressões do diferencial de juro brasileiro — que está a frente da taxa de juros americana —, os investimentos estrangeiros, as exportações e o fluxo vindo da balança comercial devem segurar a cotação do dólar em torno dos R$ 4,50 por mais 2 ou 3 meses.

No entanto, Costa alerta que, no longo prazo, o cenário não deve ser o mesmo e a moeda americana deve fechar o ano valendo cerca de R$ 5.

Na mesma linha, o sócio e assessor da Ethimos Investimentos, Lucas Brigato, diz que a queda do dólar não deve ser muito duradoura. “Há muitas incertezas aqui no Brasil, como o cenário político, e uma guerra acontecendo lá fora”, comenta.

Além disso, a alta demanda de commodities pode acabar a qualquer momento, fazendo com que o dólar volte a ser valorizado.

Ainda dá para aproveitar a queda?

Em um cenário não muito otimista para o real no longo prazo, o diretor de investimentos da Kilima Asset, Eduardo Levy, diz que, o momento é interessante para garantir e aumentar a posição em dólar.

“As chances de uma desvalorização do real no longo prazo são maiores do que a valorização no curto prazo”, afirma Levy.

Disclaimer
Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

*Com informações de Giovana Leal

 

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