Dólar: Com mercado sensível ao nome de Mercadante, moeda fecha com leve queda
O dólar à vista fechou em queda de 0,1% frente ao real, cotado a R$ 5,31. A moeda norte-americana chegou a cair 1,5% no fim da manhã, cotado a R$ 5,24 sob influência do exterior. Porém, praticamente apagou as perdas na reta final do pregão com o mercado reagindo de forma sensível ao nome de Aloizio Mercadante.
Há pouco, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o nome do ex-ministro na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Nós estamos precisando de alguém que pense em desenvolvimento, em industrializar o país, em inovação tecnológica, em alguém que pense em financiamento ao pequeno e médio empresário, para que o país volte a gerar emprego”, disse o presidente eleito diplomado ontem.
Lá fora, investidores ficaram empolgados com o dado de inflação dos Estados Unidos abaixo do esperado pelo mercado, em novembro. Com isso, o Dollar Index recuava 1%, aos 104 pontos.
A leitura do mercado é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deverá reduzir o ímpeto de alta da taxa de juros.
Dólar sensível desde ontem
O nome de Mercadante é ventilado à frente do BNDES desde o fim de semana. Ontem, ainda surgiu o rumor de que ele poderia assumir a presidência da Petrobras (PETR4).
O que foi suficiente para derrubar os ativos no mercado doméstico. Ao final do pregão da véspera, o dólar disparou 2,5%, a R$ 5,35, enquanto as ações da Petrobras derreteram quase 6% com as especulações sobre o comando da estatal no governo Lula.
Por que Mercadante incomoda tanta gente?
O gerente de câmbio de uma corretora local avalia que o receio do mercado financeiro com o ex-ministro da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff é com a possível retomada da política de crédito subsidiado e incentivo aos investimentos à grandes empresas de “determinados segmentos”.
Segundo ele, também pode sinalizar que o governo Lula, com apoio do BNDES, adote uma política econômica desenvolvimentista com possível extensão do gasto público.
Já o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avalia que retomar a utilização do BNDES aos moldes do que se fazia no governo Dilma também reduziria a eficácia da política monetária e elevaria o juro neutro da economia. “Além de expulsar a iniciativa privada do setor e diminuir a eficiência de alocação de recursos”, acrescenta.