Dólar: Céu de brigadeiro toma conta e moeda derrete; veja a quanto
O dólar à vista fechou em queda nesta quarta-feira (08) em pregão positivo para os ativos domésticos. A moeda norte-americana chegou às mínimas de R$ 5,10 ao longo da sessão.
O dólar recuou 1% frente ao real, a R$ 5,13 para venda. O contrato futuro com vencimento em abril caiu 1,1%, a R$ 5,16 – ontem foi à R$ 5,23.
Lá fora, o Dollar Index (DXY) exibiu volatilidade, mas tinha ligeira alta, acima dos 105,6 pontos, nas máximas desde o fim de novembro do ano passado.
Dólar passa por correção após Powell mais ‘duro’
A moeda norte-americana se ajustou globalmente após o tom duro (“hawkish“) do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.
Ontem, Powell sinalizou que o Fed não apenas deve apertar a taxa de juros até além de 5% neste ano, como também indicou que uma alta de 0,50 ponto porcentual (pp) neste mês está na mesa. A próxima decisão de política monetária do Fed sairá no dia 22.
Isso fez a taxa de câmbio disparar 1% ontem, a R$ 5,20, em um movimento alinhado ao do exterior. Entretanto hoje durante novo discurso no Congresso dos Estados Unidos, Powell disse que o Fed ainda não decidiu qual será o tamanho do aumento de juros este mês.
“O dólar cai lá fora e aqui, tem um movimento técnico de desmonte de posições defensivas. Tem também uma forte entrada de recursos estrangeiros na bolsa brasileira”, comenta o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.
A entrada de gringos na B3 levou o índice Ibovespa a disparar mais de 2%. Dados mais atualizados mostram que os investidores estrangeiros interromperam na última sexta-feira (3) uma sequência de cinco dias seguidos de retirada de recursos.
Regra fiscal no radar
Além disso, o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, avalia que a busca por risco no mercado doméstico também deve-se à uma expectativa para a nova regra de regime fiscal.
“Investidores acreditam que o novo arcabouço fiscal poderá colaborar para o Banco Central iniciar os cortes de juros mais cedo do que esperado”, diz.
Contudo, ele acrescenta que, ainda assim, o Brasil seguirá com um diferencial de juros alto na comparação com o exterior e mantendo o apetite do investidor estrangeiro por ativos domésticos. “O que favorece o ingresso de dólar no país”, reforça.
*Com Olívia Bulla