Dólar cai mais de 1% com payroll e fura os R$ 5,05 pela primeira vez desde agosto
O dólar à vista opera em queda de mais de 1% frente ao real nesta sexta-feira (4), abaixo dos R$ 5,05 para venda, no menor valor intradiário desde o fim de agosto. O mercado reage positivamente aos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos (payroll), divulgados há pouco.
Perto das 10h40 (de Brasília), a moeda norte-americana recuava 1,38%, a R$ 5,04, após renovar mínimas a R$ 5,02. O contrato futuro com vencimento em dezembro recuava 1,51%, a R$ 5,06. Lá fora, o Dollar Index caía 1,15%, aos 111,6 pontos, com a divisa americana perdendo força ante os seus principais pares.
Além dos efeitos do payroll, o euro, dólar australiano e a libra esterlina operam em forte alta, corroborando para a fraqueza do dólar ante as principais moedas globais.
Dólar reage ao payroll
Os Estados Unidos criaram 261 mil vagas de emprego em outubro, segundo o relatório payroll divulgado pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou acima da expectativa do mercado de criação de 200 mil postos de trabalho.
O analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, avalia que o payroll mostrou que a demanda por trabalhadores no país se mantém aquecida, acima do consenso. Ele destaca que o dado de setembro foi revisado para cima, reforçando a leitura de que o mercado de trabalho está aquecido.
“As altas da taxa de juros pelo Federal Reserve [Fed, o banco central norte-americano] ainda não estão refletindo na atividade produtiva”, comenta, acrescentando que a taxa de desemprego ficou um pouco acima do esperado e o salário no país caiu na base anual, abaixo da inflação. “São pequenos alívios com o payroll”, diz.
O CEO e fundador da Conti Capital, Carlos Vaz, comenta que, após o Fed elevar os juros em 0,75 ponto percentual (p.p.), na quarta-feira, os dados do payroll de outubro juntam-se aos outros indicadores econômicos para que o banco central dos Estados Unidos avalie se já é possível desacelerar o aperto monetário promovido até então.
“É um importante direcionador para a reunião do Fed em dezembro. Diante de uma economia resiliente, desafiando à inflação, acho que podemos esperar por um aumento menos agressivo, de 0,50 p.p., neste fim de ano, a depender de uma série de fatores”, observa
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