Dólar opera em queda e encosta em R$ 6 com intervenção do BC e Trump
O dólar à vista (USDBRL), que começou a sessão desta segunda-feira (20) em alta, perdeu força e opera em queda após intervenções do Banco Central no câmbio e expectativas de que Donald Trump não adotará tarifas de importação no seu primeiro dia na presidência dos Estados Unidos.
Por volta de 11h45 (horário de Brasília), a moeda norte-americana foi cotada a R$ 6,0297 (-0,59%), na mínima intradia. A divisa encerrou a R$ 6,0421 (-0,39%).
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O que enfraquece o dólar hoje?
No cenário doméstico, a valorização do dólar foi contida pela realização de dois leilões de dólares em linha, com compromisso de recompra, pelo Banco Central.
Com as operações, que foram anunciadas na última sexta-feira (17), o BC injetou R$ 2 bilhões no mercado de câmbio, na primeira intervenção sob o comando de Gabriel Galípolo.
No leilão de linha A, que ocorreu entre 10h20 e 10h25, o BC aceitou três propostas no valor total de US$ 1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,851%. A data de recompra é 4 de novembro deste ano.
No leilão de linha B, realizado de 10h40 às 10h45, o BC aceitou duas propostas no valor total de US$ 1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,879%. A data de recompra dos dólares é em 2 de dezembro de 2025.
Nas duas operações, as vendas foram realizadas com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, a R$ 6,0781.
Embora a autarquia não tenha informado o motivo dos leilões, eles ocorreram no mesmo dia da posse de Donald Trump como o presidente dos Estados Unidos — visto como um fator para a valorização do dólar com a imposição de tarifas de importações, inclusive de produtos brasileiros, além de outros políticas com viés inflacionário e que devem manter os juros elevados na maior economia do mundo.
O exterior também contribui para o enfraquecimento do dólar. Mais cedo, uma matéria do The Wall Street Journal (WSJ) informou que Trump divulgará um memorando instruindo as agências a investigarem os déficits comerciais e as práticas comerciais injustas, mas não adotará novas tarifas em seu primeiro dia no cargo.
O memorando destaca a China, o Canadá e o México para análise, informou o jornal — mas sem a imposição de nenhuma tarifa nova.
Vae lembrar que Trump prometeu, em campanha, tarifas de 10% sobre as importações globais, 60% sobre os produtos chineses e uma sobretaxa de importação de 25% sobre os produtos canadenses e mexicanos, tarifas que podem afetar os fluxos comerciais, aumentar os custos e provocar retaliações.
Após a reportagem do WSJ, a moeda norte-americana passou a recuar ante as divisar norte-americana.