Dólar cai 4% desde ‘tarifaço’ de Trump e abre espaço para a valorização de outra moeda — veja qual

Desde o anúncio do ‘tarifaço’ dos Estados Unidos, em 2 de abril, o dólar tem perdido força ante as moedas globais. No período, o índice DXY, que compara a divisa norte-americana ante uma cesta de seis moedas, acumula queda de cerca de 4%.
Na última sexta-feira (11), o DXY operou abaixo de 100 pela primeira vez desde 2022. O índice de dólar fechou em queda de mais de 1%, a 99,92.
“De forma superficial, um dos motivos para a desvalorização do dólar é o aumento da chance de recessão na economia norte-americana. Mas tem forças muito mais amplas e tem a ver com os principais pares do dólar no ambiente global”, afirmou Guilherme Maia, economista da Opportunity.
Um dos principais beneficiados pelo enfraquecimento da moeda norte-americana é o euro. Na última sessão da semana, a divisa europeia subiu mais de 1% em relação ao dólar na sexta-feira (11) e encerrou a US$ 1,134 — no maior nível desde fevereiro de 2022.
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“Essa bagunça das tarifas de Trump ofuscou um pouco o brilho da Europa nos últimos meses, com as mudanças da forma como os europeus enxergam as restrições fiscais e como eles conseguiram destravar vários aspectos para aumentar o investimento não só em defesa, mas também em infraestrutura”, destacou Maia.
Segundo ele, não falta inovação na Europa. “O que falta é capacidade de investimentos para colocar as empresas e setores europeus em pé de igualdade com os Estados Unidos e com a Ásia, do ponto de vista de tamanho e de eficiência.”
Além disso, o economista da Opportunity avaliou que a ‘retórica de negociações’ de Trump, sobre as tarifas, acabou levando a uma ruptura de relacionamento com o bloco europeu — “que vai ser difícil de retomar mesmo em outros governos [norte-americanos]”.
Mas, para além da fraqueza do dólar ante o euro com o ‘tarifaço’ de Trump, Maia considerou que outros fatores também tendem a enfraquecer a divisa norte-americana no longo prazo: o cenário fiscal, por exemplo.
“[Os EUA têm] inclusive uma vulnerabilidade fiscal que, em algum momento, vai ser algo mais premente [para o dólar] e urgente para se lidar”, disse Maia, da Opportunity no evento da Fami Capital.
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