Dólar toma fôlego em semana encurtada por Natal
O dólar zerou a queda de mais cedo e oscilava entre leve alta e estabilidade ante o real nesta quarta-feira, com investidores preferindo evitar grandes mudanças de posições antes do retorno das operações apenas na semana que vem, enquanto acompanham desdobramentos sobre novos estímulos nos Estados Unidos.
Às 11h20, o dólar à vista subia 0,09%, a 5,1644 reais na venda, após oscilar entre alta de 0,26% (a 5,1774 reais) e queda de 0,67% (a 5,1295 reais).
À medida que o fim do ano vai se aproximando, o volume de negócios tende a se reduzir, deixando o mercado mais suscetível a variações bruscas e fatores técnicos.
“O mercado continuará a ver volatilidade, mas certamente parece que a tendência de baixa (do dólar) está bastante intacta”, disse o DailyForex em nota.
Na terça, 203.055 contratos foram negociados no mercado de dólar futuro, o menor volume desde 27 de novembro e 24% abaixo da média das 30 sessões anteriores.
“Outra coisa a se prestar atenção é o fato de que a média móvel de 50 dias está se preparando para cruzar abaixo da média de 200 dias, a chamada ‘cruz da morte’, que pode enviar o dólar para baixo de um ponto de vista de longo prazo”, acrescentou o DailyForex.
A média móvel de 50 dias está em 5,3909 reais, enquanto a de 200 dias se encontra em 5,3595 reais.
Pela análise do Morgan Stanley, o real ainda está entre as moedas favoritas no mundo emergente, em contraposição a pares como won sul-coreano, dólar de Taiwan e shekel israelense.
No exterior, o dólar rondava estabilidade. Os mercados digeriam uma série de indicadores econômicos nos EUA e analisavam a recusa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sancionar um projeto de lei de quase 900 bilhões de dólares para enfrentamento dos impactos do coronavírus.
A moeda ainda cai 1,66% em dezembro e 6,27% em 2020, a caminho do pior ano desde 2017.
“O dólar está com excesso de valorização após um longo período de desempenho superior”, disse o Goldman Sachs em nota, prevendo mais fraqueza da divisa à frente.
“Os cortes das taxas do Fed corroeram a vantagem de carry da moeda, o novo quadro de metas de inflação média do banco central deve manter as taxas de juros (reais e nominais) baixas por vários anos, e a recuperação da economia global deve pesar no ‘porto seguro’ do dólar por meio de diversos canais”, completou.