Dólar cai abaixo de R$ 5,30 com rali global de moedas de risco
O dólar (USDBLR) acelerou as perdas e caiu abaixo de 5,30 reais nesta segunda-feira, a caminho de fechar nas mínimas desde setembro do ano passado, com as operações locais acompanhando o rali de fim de mês em ativos de risco em uma semana a ser marcada por decisões de política monetária e dados de emprego nos EUA.
Por aqui, os números fiscais de dezembro decepcionaram, mas de toda forma o país terminou 2021 com o primeiro superávit primário em oito anos, com as medidas de dívida ficando abaixo das expectativas do mercado.
Às 13:38 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,76%, a 5,2967 reais na venda, depois de bater 5,2848 reais, queda de 1,98%.
Na B3 (B3SA3), o contrato de dólar futuro mais negociado caía 1,31%, a 5,3345 reais.
As vendas de dólar aqui refletiam o ajuste para baixo na moeda no exterior. O índice do dólar recuava 0,3%, afastando-se de máximas em mais de um ano tocadas na sexta-feira.
Em Nova York, as bolsas de valores tentavam se manter em alta, o que favorecia a tomada de risco em outras partes do mundo, movimento que beneficia moedas emergentes, caso do real.
A divisa brasileira encabeçava a lista de ganhos nos mercados globais de câmbio nesta sessão, seguida por pares como peso chileno, rublo russo e rand sul-africano.
Janeiro foi marcado por turbulência em várias classes de ativos, mas a de moedas emergentes resistiu, com analistas comentando que investidores deixaram posições em mercados ricos e apostaram em ativos de praças vistas como descontadas com o Brasil despontando entre as preferências.
O real subia 5,2% em janeiro, segundo melhor desempenho global, atrás apenas do peso chileno (+6,2%).
Mas a apreciação já coloca a moeda brasileira em patamares que podem chamar compras de dólar. “Apesar dos comentários de que o real pode se fortalecer até 5,05 por dólar, não acreditamos.
Achamos que a grande correção já foi”, comentou Alfredo Menezes, gestor na Armor Capital.