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Dólar bate mínima desde 12 de junho e fecha a R$ 5,11

22 jul 2020, 17:19 - atualizado em 22 jul 2020, 18:27
Dólar
O dólar à vista caiu 1,87%, a 5,1143 reais na venda, menor patamar desde 12 de junho (Imagem: REUTERS/Murad Sezer)

O dólar voltou a mostrar firme queda nesta quarta-feira e o real mais uma vez liderou os ganhos entre as principais divisas, com operadores citando ajustes de posições no mercado de câmbio em meio a nova sessão de enfraquecimento global da moeda norte-americana.

O dólar à vista caiu 1,87%, a 5,1143 reais na venda, menor patamar desde 12 de junho (5,0454 reais).

A cotação oscilou em queda durante todo o pregão. Na mínima, cedeu a 5,0835 reais (-2,46%), enquanto na máxima marcou 5,2035 reais (-0,15%).

Na B3, o dólar futuro tinha baixa de 1,18%, a 5,1135 reais, às 17h02.

O real ainda perde 21,54% em 2020, o que mantém a moeda brasileira com o título de pior desempenho do ano. Alguns analistas dizem que o real vinha sofrendo mais por causa da escalada de incertezas fiscais em meio a baixos retornos ajustados pelo risco.

Com isso, posições contrárias à moeda brasileira foram montadas, também para protegerem aplicações em outros mercados (como bolsa e renda fixa). Com a melhora do ambiente global e sinais de fragilidade do dólar no mundo, esse “trade” estaria sendo desfeito, patrocinando o ajuste mais forte na cotação. O novo dia de fraqueza do Ibovespa e junto com queda firme do dólar endossa essa percepção, segundo analistas.

O recuo da moeda dos EUA se estendeu depois de na véspera ter caído para baixo de sua média móvel de 100 dias, movimento que alguns acreditam que pode acionar ordens de venda, acelerando a desvalorização da divisa.

Na terça, o dólar chegou a cair 3,29% ante o real durante os negócios, em dia de expressiva perda da moeda em todo o mundo. Nesta quarta, o índice do dólar frente a uma cesta de rivais estendia as quedas ao ceder 0,2%, indo a mínimas desde março e se aproximando de patamares vistos pela última vez em setembro de 2018.

“Parece que o Federal Reserve está fazendo todo o possível para reduzir o valor do dólar e, portanto, é provável que continuemos a ver o real se apreciar, apesar do fato de que não há razão fundamental para o Brasil ter esse desempenho”, disseram analistas do DailyForex.

Desde o começo da crise econômica global gerada pela pandemia, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciou trilhões de dólares em medidas para irrigar o sistema financeiro, aliviando a pressão de demanda por dólares.

“Caso o cenário internacional mantenha o clima atual, de ânimo para um retomada definitiva, poderemos ver na próxima semana a moeda norte-americana cotada a menos de 5 reais”, disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. “Para isso, a briga entre e a China e os Estados Unidos precisa ser solucionada de forma tranquila, assim como a pandemia não pode fugir do atual patamar de controle”, acrescentou.

reuters@moneytimes.com.br