Câmbio

Dólar avança ante real em meio a incerteza política nos EUA após debate presidencial

30 set 2020, 9:33 - atualizado em 30 set 2020, 10:38
Dólar
(Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

O dólar apresentava volatilidade contra o real nesta quarta-feira, refletindo a briga do fechamento da Ptax de fim de mês e a incerteza política nos Estados Unidos depois de um debate caótico entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e seu adversário democrata nas eleições presidenciais, Joe Biden.

Às 10:32, o dólar avançava 0,02%, a 5,6442 reais na venda, depois de ter tocado mais cedo 5,6705 reais na máxima do dia, alta de 0,5%.

O dólar futuro, negociado na B3, subia 0,26%, a 5,6525 reais.

Segundo especialistas, a instabilidade nas negociações acompanhava a formação da Ptax no último dia de setembro, que envolve a briga entre comprados e vendidos, enquanto várias operações são liquidadas nesta quarta-feira.

No âmbito macroeconômico, o terceiro trimestre chegava ao fim em meio a cautela nos mercados internacionais depois que o primeiro debate dos candidatos à Presidência da maior economia do mundo — repleto de insultos e muitas vezes carente de fatos — falhou em fornecer alguma orientação clara sobre o futuro das eleições.

Entre analistas, predominava a visão de que Trump não conseguirá ganhar terreno nas pesquisas eleitorais depois do debate, levantando incerteza sobre o futuro das políticas econômicas dos Estados Unidos.

O dólar, uma das moedas que mais tem se beneficiado de momentos de cautela, avançava contra uma cesta de pares fortes nesta quarta-feira, enquanto os futuros de Wall Street registravam queda.

“(Trump) não teve uma mudança radical em seu discurso de forma a conseguir reverter os resultados das pesquisas”, explicou à Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, sobre o impacto do debate nos mercados financeiros globais, destacando que uma derrota do republicano poderia ter algum impacto no Brasil, dada a proximidade do governo de Jair Bolsonaro com os EUA.

Por aqui, depois da reação negativa do mercado financeiro às propostas do governo para financiar um novo programa de transferência de renda, o presidente Bolsonaro reclamou que precisa de sugestões, não de críticas, e alertou que com o agravamento da crise econômica, “todo mundo vai mal”, inclusive o mercado.

As preocupações fiscais têm dominado o radar dos investidores domésticos nas últimas semanas em meio à possibilidade de furo do teto de gastos devido ao impacto econômico da pandemia de Covid-19, que se opõe a um orçamento apertado para 2021.

Depois de um mês conturbado no âmbito político e fiscal, o dólar caminhava para fechar setembro em alta de cerca de 2,7% contra o real, resultado que marcaria seu segundo ganho mensal consecutivo.

Jair Bolsonaro
O presidente Bolsonaro reclamou que precisa de sugestões, não de críticas, e alertou que com o agravamento da crise econômica, “todo mundo vai mal”, inclusive o mercado (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

No ano, a moeda norte-americana acumula salto de mais de 40% contra o real, deixando a divisa brasileira na posição de pior desempenho dentro de uma cesta com mais de 30 pares do dólar, refletindo também um ambiente de juros extremamente baixos.

Na véspera, o dólar negociado no mercado interbancário teve variação positiva de 0,14%, a 5,6428 reais na venda, nova máxima desde 20 de maio.

O Banco Central fará nesta quarta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos já existentes com vencimento em março e julho de 2021.

(Atualizada às 10h38)

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reuters@moneytimes.com.br
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