Dólar atinge máxima em 20 anos no exterior e sobe também no Brasil
O dólar à vista encerrou o pregão em alta de 1% frente ao real, cotado a R$ 5,23 para venda – maior valor de fechamento em um mês -, exibindo forte volatilidade em linha com a aversão ao risco que prevaleceu no exterior.
Lá fora, o Dollar Index avançou para perto dos 110 pontos, no maior nível em mais de 20 anos em relação aos pares da moeda norte-americana. O dólar também exibiu viés de alta em relação às divisas de países emergentes.
O diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa, avalia que ativos de risco continuam em um processo de ajuste negativo.
Com isso, retorna as tendências que predominaram ao longo do primeiro semestre, com queda de bolsas, de preços das commodities, valorização do dólar e concomitante alta nas taxas globais de juros.
R$ 5,14 a R$ 5,25
Com isso, aqui, no primeiro pregão de setembro, o dólar exibiu intensa oscilação, passeando pelo intervalo entre R$ 5,14 e R$ 5,25.
O diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que as mínimas a R$ 5,14, no início dos negócios, refletiu uma entrada pontual de fluxo estrangeiro na bolsa brasileira.
PMIs em queda, lockdown na China e Fed agressivo
Hoje, foram divulgados os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) de indústria da China, dos Estados Unidos e da Europa, em agosto. Todos exibiram queda.
Além disso, os números de atividade das três regiões vieram abaixo do esperado pelo mercado.
E a China volta a ser preocupação, após o governo do país anunciar um novo lockdown, em Chengdu, cidade com 21 milhões de habitantes.
Tudo isso soma-se ao aumento das apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve manter a magnitude de alta da taxa de juros nos Estados Unidos, de 0,75 ponto percentual (p.p.), na reunião deste mês.
“O mercado está se ajustando, em linha com a necessidade e com a sinalização do Fed, para condições financeiras mais apertadas que visam ajudar no combate a inflação”, diz Kawa, da TAG Investimentos.
Foco no payroll
Amanhã, logo após a abertura do pregão, a atenção do mercado se volta aos dados do mercado de trabalho de agosto, nos Estados Unidos, o payroll.
Os números devem indicar um dinamismo ainda forte do emprego na maior economia do mundo, avalia a equipe econômica do Santander.
Para os analistas do BTG Pactual, o payroll pode reforçar a tese de que o banco central dos Estados Unidos deve elevar juros em 0,75 pp pela terceira vez seguida.
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