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Dólar atinge máxima de R$ 5,40; entenda o que leva à alta da moeda

12 jun 2024, 13:41 - atualizado em 12 jun 2024, 13:44
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Dólar atinge máxima nesta quarta-feira (12), enquanto mercado aguarda a decisão da Taxa de Juros dos EUA, pelo Fed (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

O Dólar atingiu o patamar mais alto nesta semana, ultrapassando os R$ 5,4085 na manhã desta quarta-feira (12), com ganho de mais de 1,3%. Por volta das 12h59, o dólar comercial era vendido a R$ 5,3930, alta de 0,50%.

A bolsa brasileira continua em um movimento acentuado de queda, na contramão dos mercados internacionais.



De acordo com Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável na Davos Investimentos, aqui no Brasil, tivemos um revés inicial após a declaração do presidente Lula, num momento em que o governo é pressionado pelo mercado para reduzir os gastos.

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No caso, Lula sugeriu que as contas públicas se estabilizariam através de mais impostos, e não com um corte de gastos.

“A declaração afetou o mercado, que parece estar enviando um recado ao governo de que, se continuar dessa maneira, a situação ficará difícil, e o mercado, por meio da bolsa e do dólar, acaba punindo o governo“, afirmou Boragini.

Para ele, “o mercado está exagerando nas oscilações de hoje”, e a declaração não foi tão negativa quanto o mercado tem precificado.

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Após CPI, agitação continua: o que pode impulsionar ainda mais o dólar?

A leitura inalterada do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgada pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (12), mostrou desaceleração, após aumento de 0,3% em abril. O dado mexeu com os índices futuros do Wall Street, e deixou o mercado agitado desde então.

Boragini aponta que, à princípio, a tendência era de um dia positivo para a bolsa com um viés pró-mercado — principalmente após a divulgação do CPI, a inflação norte-americana, que veio ligeiramente melhor do que o esperado pelo mercado.

Ainda hoje, o mercado aguarda pela decisão da Taxa de Juros nos EUA pelo tradicional discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.

Para Matheus Spiess, da Empiricus Research, apesar de ninguém esperar uma mudança nas taxas de juros agora, o mercado coloca “ainda mais peso na fala de Powell em sua coletiva de imprensa”.

Na análise do Bank of America (BofA), há uma expectativa geral de que as taxas permanecerão inalteradas, o foco está na orientação do Federal Reserve. “Esperamos que sejam feitas poucas alterações à declaração e o presidente Powell continue a sinalizar que os cortes são o próximo movimento provável”, afirma a equipe global de pesquisa do banco.