Dólar atinge maior nível em 6 meses no exterior; como fica a cotação ante o real?
Não tem pregão na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (07), feriado de Independência do Brasil, mas o mercado financeiro no exterior vai de vento em popa com o dólar em alta ante as principais moedas globais.
Com isso, o Dollar Index (DXY) – índice que mede a força da moeda norte-americana ante uma cesta de divisas como euro, libra esterlina e iene -, opera nas máximas desde março deste ano, acima dos 105 pontos.
Segundo levantamento da Bloomberg, nos Estados Unidos, o dólar caminha para a oitava alta semanal seguida, na maior sequência de ganhos desde janeiro de 2005.
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Juros nos EUA pressiona dólar
Além disso, a agência de notícias aponta que a divisa estrangeira dispara à medida que as especulações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manterá a taxa de juros elevada ganham força.
A próxima decisão de política monetária do Fed será divulgada no dia 20 deste mês. Na última reunião, em 26 de julho, o banco central dos Estados Unidos elevou a taxa em 0,25 ponto percentual (p.p.), para o intervalo entre 5,25% e 5,50%.
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Antes dessa última decisão do Fed, o Dollar Index chegou às mínimas em mais de um ano, aos 99 pontos.
Contudo, com a taxa de juros mais alta, os Estados Unidos vem conseguindo captar maior fluxo de dinheiro em relação a Europa e Ásia. Desta forma, o dólar tem se sustentado em patamares mais altos na comparação com a moeda da zona do Euro e do Japão.
O gerente da mesa de operações do banco de câmbio StoneX, Marcio Riauba, comenta que a economia da Europa vem apresentando dados mais fracos, até na comparação com os registrados no período da pandemia de covid-19. O que tem resultado em pressão no euro ante o dólar.
“Outra pressão que vem pela frente é a alta na cotação do petróleo, que deverá pesar na inflação da zona do Euro. Desta forma, espera-se que o Banco Central Europeu [BCE] manterá a elevação de juros por lá”
Como fica a moeda no Brasil?
No pregão desta quarta-feira (06), véspera de feriado local, a cotação do dólar à vista chegou a R$ 4,99 para venda, no maior valor intraday desde 18 de agosto.
O que mostra que a moeda americana segue pressionada ante o real. Após encerrar agosto com um salto perto de 4,9%, a divisa estrangeira tem alta de 0,5% no acumulado de setembro.
Além do movimento técnico de proteção de investidores locais antes do feriado, a valorização do dólar acompanhou o exterior, onde a moeda teve como suporte dados fortes do setor de serviços americano e o Livro Bege do Fed.
Divulgado ontem, o PMI de serviços dos Estados Unidos subiu para 54,5 em agosto, na leitura mais alta desde fevereiro deste ano e acima dos 52,7 registrados em julho. Uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor.
Sendo assim, os números reforçaram a visão de que o Federal Reserve poderá ser mais rígido em sua política monetária para combater a inflação, podendo manter os juros mais altos por mais tempo.
Contudo, analistas chamam a atenção para a resistência que o dólar tem encontrado para romper o nível de R$ 5,00. A moeda estrangeira passou a operar abaixo desse patamar em abril e, desde então, eventualmente furou a marca.
“Há uma resistência na parte gráfica na casa dos R$ 5,00. O que a gente enxerga é que, quando a moeda bate essa cotação, empresas exportadoras entram nos negócios. Isso naturalmente faz com que o dólar volte a recuar”, disse o sócio da Nexgen Capital, Felipe Izac, à Reuters.
*Com Reuters