Dólar assusta ao furar os R$ 5,30, mas tem leve alta em proteção antes de EUA subir juros
O dólar à vista fechou em alta de 0,2% frente ao real, negociado na casa dos R$ 5,25 para venda, no maior valor de fechamento desde o início de agosto.
A moeda norte-americana reduziu os ganhos ao longo da tarde após furar o patamar de R$ 5,30 na primeira hora de negócios, com alta acima de 1%. O contrato futuro com vencimento em outubro chegou aos R$ 5,32, na mesma magnitude de alta.
É o investidor preparando o terreno para a chamada “super quarta-feira” de decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom).
Proteção no dólar
“O dólar está voltando para um patamar alto, acima de R$ 5,25, mostrando que o cenário de risco está bastante elevado. Isso seja em razão do cenário externo, seja em razão da proximidade das eleições que, normalmente, trazem volatilidade”, comenta a economista do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli.
O diretor de câmbio de uma corretora local destacou que investidores “correram para o ativo considerado porto seguro”, o dólar.
Preso na inflação e nos juros dos EUA
Desde que os números de agosto da inflação dos Estados Unidos foram divulgados, na terça-feira, o dólar teve valorização de mais de 3%. Os dados vieram acima do esperado pelo mercado.
O que elevou as incertezas em relação à economia norte-americana e também, as apostas de que a autoridade monetária deverá seguir com a taxa de juros mais altas e por mais tempo diante da pressão inflacionária.
“O ambiente continua sendo de bastante cautela nos mercados, encerrando a semana com pressão na nossa moeda e outras moedas [de países] emergentes diante da preocupação com a redução do crescimento global com a alta de juros nos Estados Unidos e na Europa”, diz Quartaroli. O dólar encerrou a semana com valorização de 2,1%.
Ruim aqui e lá fora
E a sessão foi ruim também para moedas pares ao dólar, principalmente, a libra esterlina, que caiu ao menor nível desde 1985 em meio às preocupações com o risco de recessão no Reino Unido.
Super semana de BCs
Falando na terra, agora do rei Charles III, na quinta-feira, tem a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), adiada devido a morte da rainha Elizabeth II. Antes, porém, tem a quarta-feira de Fed e Copom.
Por aqui, as apostas de que o Banco Central (BC) brasileiro pode promover uma alta residual da taxa Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.) ganha força, indo a 14% ao ano.
“As previsões de uma alta final da Selic em 0,25 p.p. continuam aumentando, mesmo que sejam minoritárias e fora do consenso [de mercado]”, comenta a equipe econômica da Guide Investimentos.
Já nos Estados Unidos, ainda restam dúvidas de quão “hawkish” (duro) será o Fed na elevação da taxa de juros, em 0,75 p.p. ou até mesmo 1 p.p., e qual será o tom do discurso do presidente Jerome Powell, após a divulgação da nova taxa de juros.
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