Dólar e Ibovespa futuro operam sem forças nesta quinta; veja o que move os mercados
O dólar operava em leve alta na abertura do pregão desta quinta-feira (21), puxado pelo movimento de aversão ao risco no exterior. Por volta das 9h05, a moeda norte-americana avançava 0,10%, a R$ 5,4769.
Mais tarde, a moeda perdeu as forças da abertura e passou a recuar 0,34%, a R$ 5,4529.
Na quarta-feira (20), a moeda fechou o dia em alta de 0,41%, valendo R$ 5,213.
Ainda nesta manhã, o Ibovespa futuro abria o dia em queda. Às 9h05, o índice desvalorizava 0,39%, cotado a 98,5 mil pontos.
Na véspera, o índice futuro fechou o pregão no vermelho, com desvalorização de 0,52%, a 98.780 pontos.
Mercados hoje
Todas as atenções do dia no mercado financeiro estão voltadas para a reunião do Banco Central Europeu (BCE), com os eventos nos Estados Unidos desempenhando um papel secundário hoje – embora os dados do setor imobiliário americano continuem mostrando sinais de fraqueza da economia.
Além da decisão sobre a taxa de juros em si, que deve subir à dose mínima de 0,25 ponto percentual (pp), pela primeira vez em 11 anos, em meio à inflação recorde ao consumidor na zona do euro, é importante observar como o BCE irá agir para impedir um espiral negativa no mercado de bônus soberanos europeus, em meio aos riscos políticos e à crise energética na região.
A aposta é de que o BCE sinalize uma alta maior, de 0,50 p.p., nas reuniões de setembro, outubro e dezembro.
Ao mesmo tempo, a reabertura do Nord Stream 1 traz certo alívio ao velho continente, ainda que com apenas 30% da capacidade de fornecimento de gás. Moscou alertou que os fluxos serão restringidos novamente, a menos que uma parte das sanções sejam resolvidas. Em contrapartida, a União Europeia (UE) busca reduzir o uso de gás russo em 15% até março do ano que vem.
Ainda no campo da política monetária, o BC do Japão (BoJ) manteve a postura ultra-frouxa, conforme esperado, afirmando que um crescimento robusto é pré-requisito para uma inflação estável. Dessa forma, a narrativa sobre inflação elevada e a necessidade de uma resposta mais contundente por parte dos bancos centrais encontra obstáculos nos riscos de recessão.
Esse quebra-cabeça continua ditando o rumo dos ativos de risco globais. O destaque fica para o mergulho nos preços do petróleo nesta manhã, com queda ao redor de 5%. O desempenho da commodity deve impactar as ações da Petrobras, que divulga seu resultado operacional após o fechamento. Ontem, o relatório de produção da Vale foi considerado fraco e pesou nos papéis da mineradora.
Por aqui, o movimento de aversão ao risco no exterior é mais sentido no câmbio e nos juros, com o dólar sendo negociado no maior valor desde janeiro frente ao real e acumulando alta de mais de 4% apenas em julho. Já as taxas dos DIs seguem em patamares elevados, em meio à piora das contas públicas e da tensão eleitoral.
Esse desempenho dos ativos domésticos deixa o Ibovespa sem forças para buscar os 100 mil pontos, andando de lado, quando ao menos deixa de cair. A questão fiscal continua sendo o principal risco local, com os dois principais candidatos à disputa presidencial falando em manter o novo valor do Auxílio Brasil, o que não comporta a regra do teto de gastos, que ainda está em vigor.
*Com Olivia Bulla
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