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Dólar supera os R$ 5,70 e renova máxima intradia de dois meses; o que está por trás da forte alta da moeda norte-americana hoje?

21 out 2024, 10:38 - atualizado em 21 out 2024, 17:36
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O dólar ganha força com a incerteza sobre o cenário fiscal e elevação das projeções para o IPCA, segundo o Focus; eleições nos EUA também impulsionam a moeda (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar à vista (USDBRL) renovou a máxima intradia em mais de dois meses na manhã desta segunda-feira (21).

Na comparação com o real, o dólar atingiu a cotação de R$ 5,7351 (+0,64%). A maior cotação do ano é de R$ 5,8658, registrada em 05 de agosto.

Na reta final do pregão, a moeda norte-americana perdeu força e encerrou com baixa de 0,15%, a R$ 5,6904. 

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O que mexe com o dólar hoje?

Na noite de domingo (2o), a China reduziu as taxas de empréstimo de referência na fixação mensal, depois de cortar outras taxas no mês passado.

O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou um corte de 25 pontos-base em suas principais taxas de juros, reduzindo a taxa de um ano de 3,35% para 3,1% e a de cinco anos de 3,85% para 3,6%.

As ações do BC chinês fazem parte de um pacote de medidas de estímulo para reanimar a economia.

Em consequência, as commodities voltaram a operar em tom positivo.

As moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, tendem a valorizar com o aumento dos preços das commodities, como o minério de ferro — que avançou 1,45% na Bolsa de Dalian, na China, com a tonelada cotada a US$ 108,35.

Mas esse alívio perde força ante o ambiente doméstico e à medida que as eleições para a presidência dos Estados Unidos se aproxima.

Por aqui, a cautela com o cenário fiscal deve permanecer até que o governo divulgue medidas concretas sobre o controle dos gastos públicos.

O Executivo tem prometido que anunciará novas medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais, em 27 de outubro, a fim de cumprir as regras do arcabouço fiscal.

Mais cedo, o Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou o aumento das projeções para inflação neste ano. O mercado elevou a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 4,50% no fim de 2024 — no teto da banda de tolerância da meta.

Além disso, a pesquisa semanal mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, ao fim do próximo ano é de 11,25%, de 11,00% na semana anterior, indicando menos cortes de juros em 2025.

No exterior, a moeda norte-americana tem sido impulsionada pelo aumento das apostas na vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca. O republicano tem prometido implementar medidas consideradas inflacionárias por parte de analistas, o que, em teoria, seria positivo para o dólar.

*Com informações de Reuters