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Dólar afunda mais uma vez e se prepara para furar nova marca; veja qual

12 abr 2023, 11:10 - atualizado em 12 abr 2023, 11:10
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Dólar tem mais um dia de queda na esteira dos dados de inflação dos EUA e mira nova marca, os R$ 4,90 (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo)

dólar à vista opera em queda na manhã desta quarta-feira (12) ainda na euforia de dados de inflação. Entretanto, hoje, é o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) que ajuda a sustentar a moeda abaixo do R$ 5,00.

Por volta das 11h (de Brasília), o dólar recuava 1,2% frente ao real, cotado a R$ 4,92 para venda, chegando a renovar mínimas a R$ 4,93. Com isso, é o menor valor intradiário desde junho de 2022 e a divisa estrangeira ruma aos R$ 4,90.

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Enquanto o contrato futuro com vencimento em maio caía perto de 1,3%, a R$ 4,95. Lá fora, o Dollar Index (DXY) também caía, 0,6%, aos 101,5 pontos.

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Câmbio animado com o outro dado de inflação

Em março, a inflação americana perdeu força, desacelerando-se ante fevereiro. O CPI subiu 0,1% na base mensal e avançou 5% no confronto anual, ficando abaixo das estimativas de economistas, de altas de 0,2% e de +5,2%, respectivamente.

O economista e sócio da BlueLine Asset, Diogo Saraiva, avalia que o número um pouco melhor do que o registrado em fevereiro reforça a narrativa de desinflação. Porém, a magnitude e composição da inflação mostra um processo bem lento, ainda apresentando riscos para a convergência em direção a meta.

“No geral, vemos o número reforçando nossa expectativa de mais uma alta de juros nos Estados Unidos de 0,25 ponto percentual em maio. Para junho, a bola fica mais dividida. Mas nosso call é de uma alta final em junho”, avalia.

Em contrapartida, os dados do núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, deixou a desejar, segundo o mercado. Em março, o núcleo teve alta de 0,4% ante fevereiro e de 5,6% na base anual. Contudo, as projeções eram de aumentos de 0,5% e +5,5%, respectivamente.

Dólar derrete enquanto Fed fica pressionado a elevar juros

O CIO da Global X, Jon Maier, comenta que essa tendência divergente ressalta a complexidade do cenário atual da inflação, à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) luta para equilibrar a necessidade de lidar com a inflação persistentemente alta enquanto considera a melhora nos preços gerais.

Ele destaca que o Fed precisará “calibrar cuidadosamente sua política monetária para navegar nessa intrincada” situação econômica dos Estados Unidos, garantindo que suas decisões sobre taxas de juros levem em consideração tanto a redução da inflação nominal quanto a persistência do núcleo da inflação.

“Em conjunto, juntamente com o baixo nível recorde de desemprego, parece mais do que provável que o banco central americano permaneça na trajetória de alta [de juros] de 0,25 p.p. na próxima reunião”, diz.

Por sua vez, a equipe de macroeconomia do BTG Pactual observa que o CPI de março foi melhor do que o esperado e reforça a ideia da necessidade de uma alta de 0,25 p.p. da taxa de juros no mês que vem.

Além disso, segundo os analistas do banco, salvo uma piora na incerteza envolvendo o sistema financeiro americano, ainda não se vê espaço para cortes de 0,70 ponto percentual precificados na curva futura para esse ano.

“A inflação não terá maior contribuição da deflação de energia e de bens nos próximos meses. Portanto, voltará a ter números mensais elevados”, pondera o BTG.