Dólar acelera queda para mais de 2% e vai abaixo de R$ 5,15; real tem melhor desempenho global
O dólar passou a cair acentuadamente nesta segunda-feira e foi abaixo dos 5,15 reais nos menores patamares da sessão, enquanto investidores alertavam para a possibilidade de volatilidade nos mercados de câmbio às vésperas de reuniões de política monetária dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos.
Às 13:40 (de Brasília), o dólar à vista recuava 2,11%, a 5,1501 reais na venda, e foi a 5,1452 reais na mínima da sessão (-2,20%) mudando acentuadamente de curso após mais cedo ter chegado a subir 0,82%, a 5,3038 reais.
Alguns operadores têm dito nos últimos pregões que os níveis acima de 5,30 reais são interessantes para venda de dólares por parte de exportadores e outros agentes financeiros.
O tombo da divisa dos EUA nesta segunda-feira vem depois de a moeda ter fechado a última sessão com sua maior cotação desde o início de agosto, a 5,2609 reais, saltando mais de 2% no acumulado da semana passada.
É normal, após movimentos muito acentuados do dólar, haver momentos pontuais de correção no sentido oposto. O real tinha o melhor desempenho global frente ao dólar neste pregão entre uma cesta das principais moedas do mundo.
Na B3, às 13:40 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 2,00%, a 5,1665 reais.
A mudança de sinal da moeda norte-americana para negativo no mercado local também acompanhou desaceleração da alta de um índice do dólar frente a cesta de seis rivais fortes no exterior, que subia 0,18% por volta de 13h45 (de Brasília), após saltar 0,58% na máxima.
Ao mesmo tempo, algumas divisas arriscadas pares do real, como dólar australiano e rand sul-africano, reduziram suas quedas no pregão, enquanto o peso mexicano devolveu perdas iniciais e operava no azul.
Jefferson Rugik, presidente-exectutivo da Correparti Corretora, também citou melhora no mercado de ações local como fator de impulso para o real. Depois de vacilar na abertura, o Ibovespa ganhou fôlego e subia 1,6% por volta de 13h50.
Ainda assim, investidores continuavam nervosos e alertavam para volatilidade antes da reunião de política monetária do Federal Reserve, que começará na terça e se encerrará na quarta-feira.
Os mercados monetários dão como praticamente certo ajuste de 0,75 ponto percentual na taxa básica do Fed, com alguns operadores apostando na possibilidade de ajuste ainda mais intenso, de 1 ponto completo.
Quanto mais agressivo for o Fed em seu encontro desta semana, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente.
Nesse contexto, o Citi disse em relatório desta segunda-feira que espera que o rali global da moeda norte-americana –que recentemente atingiu picos em 20 anos contra pares de países desenvolvidos– continue, “mesmo que as moedas de maior qualidade do câmbio latino-americano possam continuar a ter um desempenho superior devido ao ‘carry’ (retorno de taxa de juros)”.
O real tem sido destacado por várias instituições financeiras como uma dessas moedas que tem se saído melhor entre os mercados emergentes por oferecer retornos atraentes em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em um país de juro baixo e aplicação desse dinheiro numa praça mais rentável.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil faz reunião nos próximos dois dias, assim como o Fed, e a maior parte dos mercados financeiros espera que a taxa Selic seja mantida no patamar atual de 13,75%. No entanto, há quem espere aumento residual dos juros a 14%.
(Atualizada às 14:40)
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