Dólar acompanha exterior e recua frente ao real à espera de acordo sobre dívida dos EUA
O dólar caía frente ao real nesta sexta-feira, em linha com o recuo da moeda no exterior, à medida que investidores aguardavam um acordo para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos e evitar um calote possivelmente catastrófico.
Às 10:19 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,40%, a 5,0146 reais na venda.
Na B3, às 10:19 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,48%, a 5,0170 reais.
- Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!
Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, chamou a atenção para notícias de que o presidente democrata Joe Biden e o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Kevin McCarthy, estariam mais próximos de um acordo para aumentar o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo dos Estados Unidos por dois anos, limitando os gastos em tudo, exceto militares e veteranos.
Os mercados financeiros têm reagido positivamente a quaisquer sinais de resolução desse impasse, uma vez que uma inadimplência da maior economia do mundo provavelmente espalharia ondas de choque por todo o globo, minando a confiança e a atividade econômica.
Embora continuasse caindo em meio às esperanças de um acordo para o teto da dívida, mais cedo o dólar ficou próximo de zerar suas perdas, imediatamente após a divulgação de dados mostrando alta maior do que a esperada do núcleo do índice de preços norte-americano PCE, a medida de inflação favorita do Federal Reserve.
Ao mesmo tempo, relatório separado mostrou que os gastos do consumidor norte-americano aumentaram mais do que o esperado em abril, impulsionando as perspectivas de crescimento da economia para o segundo trimestre, o que também influencia nas expectativas de uma inflação mais persistente.
“Mais um conjunto de dados (consumo, renda e inflação) que não só reduzem a chance de um corte de juros pelo Fomc nesse ano, tese com baixo fundamento pelo mercado, mas principalmente aumenta a chance de novos aumentos”, escreveu Arthur Mota, da equipe de macro e estratégia do BTG Pactual, após a publicação dos dados.
O Fed faz sua próxima reunião de política monetária nos dias 13 e 14 de junho, com as expectativas dos mercados amplamente divididas entre uma manutenção da taxa básica e um aumento de 0,25 ponto percentual nos custos dos empréstimos.
Quanto mais altos os juros nos Estados Unidos, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente de fluxos para o extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.
O dólar estava a caminho de encerrar esta semana praticamente estável frente ao real.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0349 reais na venda, com alta de 1,65%.
(Atualizada às 10:31)