Moedas

Dólar passa a cair mais de 1% em sessão volátil devido a liquidez reduzida e Ptax de fim de ano

30 dez 2021, 9:25 - atualizado em 30 dez 2021, 10:23
Dólar
Às 10:04 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,42%, a 5,6130 reais na venda, depois de ter avançado quase 1% na sessão anterior (Imagem: Pixabay/Foto-Rabe)

O dólar abandonou a alta vista mais cedo e passava a cair com força contra o real nesta quinta-feira, último pregão de 2021, com a baixa liquidez e a disputa entre posições compradas e vendidas antes da formação da Ptax de fim de ano devendo manter os negócios voláteis.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições

Às 10:04 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,42%, a 5,6130 reais na venda, depois de ter avançado quase 1% na sessão anterior.

Na B3 (B3SA3), às 10:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,32%, a 5,6260 reais.

Esse movimento estava em linha com a desvalorização do dólar frente a outras moedas consideradas arriscadas –como peso mexicano, peso chileno, rand sul-africano e dólar australiano– nesta quinta-feira.

Contra uma cesta de seis moedas fortes, a divisa norte-americana rondava a estabilidade, à medida que investidores acompanhavam o noticiário em torno da variante Ômicron do coronavírus e aguardavam dados semanais de auxílio-desemprego dos Estados Unidos.

Enquanto isso, na cena local, com muitos operadores e investidores ausentes devido à aproximação do Ano Novo, os agentes do mercado em atividade nesta quinta-feira digeriam dados fiscais melhores do que o esperado.

O setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de 15,034 bilhões de reais em novembro, informou o Banco Central mais cedo, enquanto a dívida líquida do país ficou em 57,0% do PIB.

Em pesquisa Reuters, a expectativa era de superávit primário de 4,775 bilhões de reais no mês e relação dívida/PIB de 57,8%.

“No Brasil, os resultados fiscais correntes continuam melhores do que o esperado, mas projetamos uma deterioração no ano que vem com a economia perdendo força (o que afeta a arrecadação) e as despesas públicas acelerando no ano eleitoral”, disse a XP em nota matinal.

Há entre investidores a percepção de que a pressão de servidores por reajustes salariais poderia levar a mais gastos da União em 2022, o que deterioraria ainda mais a confiança de investidores estrangeiros na austeridade do Brasil.

Depois de auditores da Receita Federal e fiscais agropecuários já terem iniciado mobilizações por salários mais altos, servidores das carreiras típicas de Estado decidiram na quarta-feira promover dias de paralisação das atividades em janeiro e avaliar a realização de uma greve geral em fevereiro.

A pressão dessas categorias vem depois de o governo já ter conseguido, por meio da PEC dos Precatórios, abrir espaço fiscal para gastar mais com ajuda financeira à população.

Caso mantenha o desempenho visto nesta manhã até o fim das negociações, o dólar encerrará 2021 em alta de mais de 8% contra o real.

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reuters@moneytimes.com.br
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