Câmbio

Dólar acentua queda a R$ 5,75 após taxa de desemprego assustadora nos EUA

08 maio 2020, 10:59 - atualizado em 08 maio 2020, 11:04
EUA china Guerra Comerical
Alívio na guerra comercial enfraquece o dólar ante o real (Imagem: Reuters/Jason Lee)

O dólar abriu a sexta-feira em queda contra o real, pausando o rali que levou a moeda norte-americana a nova máxima recorde na sessão anterior, com os investidores mais inclinados a fazer apostas arriscadas após alívio nas tensões entre Estados Unidos e China.

Às 10:59, o dólar (USDBRL) recuava 1,30%, a 5,76555 reais na venda, enquanto o contrato mais negociado de dólar futuro tinha queda de 0,39%, a 5,823 reais.

“O clima amanheceu otimista, com sinalização boa dos EUA e da China”, disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus. “Os dois países voltaram a se falar, e isso é realmente muito positivo.”

Enquanto isso, os investidores também reagiam a dados impressionantes sobre o emprego nos Estados Unidos. A economia norte-americana perdeu 20,5 milhões de postos de trabalho em abril, sua queda mais acentuada desde a Grande Depressão, enquanto a taxa de desemprego no país ficou em 14,7%.

Apesar de evidenciarem o enorme impacto econômico das medidas de contenção do coronavírus, os dados ainda vieram melhores do que as expectativas dos mercados. Economistas consultados pela Reuters previam fechamento de 22 milhões de vagas fora do setor agrícola e taxa de desemprego de 16%.

“Agora, o payroll deu uma animada. Estamos num cenário em que ‘comemoramos’ dados ruins: só de virem um pouco acima (do esperado), já acalmam as expectativas sobre a economia dos Estados Unidos“, acrescentou Laatus.

A economia norte-americana perdeu 20,5 milhões de postos de trabalho em abril (Imagem: Reuters/Andrew Kelly)

Analistas destacaram a volatilidade da moeda norte-americana nesta sessão. Na máxima do dia, a cotação foi a 5,8294 reais, queda de apenas 0,17%, e, na mínima, foi a 5,7502, queda de mais de 1,5%.

Em nota, Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, disse que “não descartamos durante a presente sessão uma mudança de tendência em função do atual desconforto no nosso mercado local de câmbio, ditado pela combinação entre juros cada vez mais baixos, economia em colapso e persistentes incertezas em nossa seara política”.

O dólar à vista fechou a última sessão em alta de 2,39%, a 5,8399 reais na venda, nova máxima recorde para encerramento.

(Atualizada às 10h59 – Horário de Brasília)