Dólar abre em R$ 5,58 antes de ata do Fed e com foco na Covid e Orçamento
O dólar tentava firmar queda nesta quarta-feira, com o real entre os melhores desempenhos globais na sessão conforme investidores digeriam o recente noticiário sobre vacinação e pandemia enquanto aguardavam a ata da última reunião de política monetária do banco central norte-americano.
O dólar à vista caía 0,27%, a 5,5861 reais, às 9h46. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez cedia 0,09%, para 5,5950 reais.
Com o país superando na véspera pela primeira vez a marca de 4 mil mortes diárias pelo coronavírus, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira o texto principal de projeto que flexibiliza as regras para empresas comprarem vacinas contra a Covid-19, reduzindo exigências para a aquisição de imunizantes pelo setor privado. O texto vai para o Senado.
“A compra de vacinas pela iniciativa privada permitirá uma aceleração no cronograma de vacinação, possibilitando a reabertura da economia e a recuperação do setor de serviços, segmento que mais emprega no país”, avaliou o time de macro research do BTG Pactual digital.
“A partir da retomada consistente da economia, o Executivo não precisará estender os programas de recomposição de renda, reduzindo a pressão sobre as despesas obrigatórias, além de melhorar a arrecadação de impostos”, completou.
A crise sanitária é vista por analistas como a principal fonte de pressão por mais gastos públicos e, por isso, seu controle via vacinação é tido como a chave para debelar pressões por aventuras fiscais, fator que lastreia a depreciação do câmbio.
Nesse sentido, o mercado continuava a acompanhar a novela do Orçamento de 2021, que colocou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em rota de colisão, algo enxergado com desconfiança pelo mercado pelo potencial de impacto sobre o encaminhamento da agenda de reformas.
Da pauta externa, o foco se voltava para a ata da Fed, a ser divulgada às 15h (horário de Brasília). Investidores buscarão no documento sugestões de que o BC norte-americano cogita reduzir estímulos antes do esperado, dada a força da retomada da economia norte-americana, que neste ano pode registrar o maior crescimento em quatro décadas.
A probabilidade de corte de estímulos nos EUA tradicionalmente afeta ativos arriscados, como moedas emergentes e correlacionadas às commodities.
O dólar australiano, considerado uma proxy de demanda por risco, caía 0,6% nesta manhã, enquanto as divisas de México, África do Sul e Turquia recuavam entre 0,2% e 0,7%.
(Atualizada às 10h03)