Dólar segue em alta, a R$ 4,87, com cautela dos mercados globais e risco fiscal
O dólar abriu em esta quarta-feira (8) em alta de 0,02%, a R$ 4,8705, com os investidores locais seguindo a cautela global e ainda repercutindo a maior pressão fiscal no país.
No exterior, os índices operam no vermelho, após indicadores fracos na Europa, revisões para baixo nas previsões de crescimento global, preocupações crescentes com o preço do petróleo e elevação das taxas de juros em todo o mundo.
“Os ativos locais devem continuar apresentando uma dinâmica volátil, com os investidores influenciados pelo pessimismo no exterior, em especial pela redução nas previsões de crescimento da economia global pela OCDE”, disse o BB Investimentos.
Baixo crescimento
A OCDE reduziu sua estimativa para o crescimento do PIB global deste ano, de 4,5% para 3,0%, em meio aos efeitos da guerra da Ucrânia e da escalada da inflação
A leitura final do PIB do primeiro trimestre da Zona do Euro apontou crescimento de 0,6% ante o anterior, acima dos 0,3% da prévia. Na comparação anual, o avanço foi de 5,4% entre janeiro e março, também 0,3% acima da prévia.
Na Alemanha, a produção industrial de abril subiu 0,7%, abaixo dos 1,0% esperados. Na comparação anual, o indicador recou 2,1%.
Nos EUA, a Secretária do Tesouro, Janet Yellen, testemunhará sobre o orçamento para o ano fiscal de 2023 na Câmara. Ontem, Yellen disse que a inflação está em nível inaceitável, sendo necessária uma política fiscal mais equilibrada para reduzir a inflação.
Risco fiscal
Na véspera, a percepção de risco fiscal voltou com força a chacoalhar os ativos brasileiros, com os mercados de câmbio e juros sentindo o maior baque.
Analistas disseram que os prêmios de risco podem se manter mais elevados conforme aumenta a incerteza sobre novas propostas que podem comprometer a saúde das ainda fragilizadas contas públicas.
Na noite de segunda-feira Bolsonaro disse que o governo está disposto a zerar impostos federais cobrados sobre combustíveis, em troca de uma redução da carga cobrada pelos entes federativos, que seriam ressarcidos pelo governo federal.
Foi o suficiente para causar uma liquidação no real e nos contratos de juros futuros.
A estratégia de corte de tributação dos combustíveis, que será estabelecida em uma Proposta de Emenda à Constituiação (PEC), terá um custo de cerca de R$ 40 bilhões por aproximadamente seis meses de vigência, com a maior parte dos recursos ficando fora da contabilidade do teto de gastos, afirmaram fontes do Ministério da Economia à Reuters.
*Com informações da Reuters
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