Economia

Dólar abaixo dos R$ 5 pode ajudar inflação brasileira; entenda o que o câmbio tem a ver com o seu bolso

14 abr 2023, 15:19 - atualizado em 17 abr 2023, 10:06
Dólar
A variação do dólar dos últimos dias está atrelada à melhora da inflação nos Estados Unidos, no Brasil e otimismo com o arcabouço fiscal. (Imagem: Pixabay/geralt )

Na última semana, o dólar entrou em um movimento forte de queda e se encontra em um patamar abaixo de R$ 5. Desde terça-feira (11), a moeda americana já caiu mais de 2%; já em um mês a queda acumulada passa dos 6%.

Marcelo Cursino, gerente de estratégia comercial do Braza Bank, destaca que a variação do dólar dos últimos dias está atrelada à inflação nos Estados Unidos, que gerou uma expectativa de que o Federal Reserve segure os juros por lá.  

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) perdeu força em março, desacelerando-se em relação a fevereiro. O CPI subiu 0,1% na base mensal e avançou 5% no confronto anual, ficando abaixo das estimativas de economistas, de altas de 0,2% e de +5,2%.

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“Também há um otimismo do mercado financeiro com o arcabouço fiscal brasileiro. Além disso, o Brasil chegou, pela primeira vez depois de alguns anos, nas faixas mais próximas da meta de inflação, o que é positivo e pode fazer com que o Banco Central no Brasil antecipe o movimento de redução dos juros”, afirma. 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,71% em março, desacelerando-se em relação à alta de 0,84% apurada em fevereiro.

A alta acumulada em 12 meses até março foi para +4,65%, de +5,60% no mês anterior.

Com esse resultado, a inflação ficou abaixo do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%. É a primeira vez que o acumulado volta para as bandas da meta desde fevereiro de 2021, quando o teto era de 5,25%.

Dólar: uma forcinha para a inflação

A queda do dólar não é boa apenas para que está pensando em viajar. O Brasil é um país que importa produtos manufaturados e algumas matérias-primas, por isso, quando o câmbio está alto, o custo de produção industrial e itens já prontos sobem.

Essa elevação afeta a inflação, que sobe junto. Agora, quando a moeda americana cai, a tendência é que os preços caiam juntos, aliviando o IPCA.

Vitor Alves Junckes, gestor de multimercados da Somma Investimentos, destaca que o impacto de uma variação do dólar na inflação, medido através do pass-trought cambial (que é o tamanho do repasse das variações cambiais para os preços), pode influenciar já na inflação de abril.

Porém, é difícil estimar de quanto vai ser esse impacto porque o pass-trought tente a variar consideravelmente durante o tempo.

“Acredito que o impacto não deva ser muito expressivo no mês de abril, dado que o pass-trough leva um tempo para acontecer de maneira completa. Então, caso o dólar continue se depreciando, devemos ver o impacto disso na inflação em meses mais à frente”, afirma.

O estrategista chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, destaca que o dólar só vai puxar a inflação para baixo se ele se manter abaixo das previsões do mercado para o ano, que gira em torno de R$ 5,25 segundo o Relatório Focus desta semana. “Se a média ficar abaixo já seria possível ver uma mudança nos preços. Mas isso tem que ficar de R$ 5,20 para baixo até o final do ano”, diz.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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