Dólar: Abaixo de R$ 5, procura dobra em casa de câmbio; É hora de comprar?

Em abril, o dólar à vista chegou ao menor valor desde junho de 2022, quando caiu abaixo de R$ 5,00. Com isso, a procura pela moeda norte-americana praticamente dobrou em uma casa de câmbio na comparação com março.

O Money Times teve acesso com exclusividade ao levantamento da Travelex Confidence que mostra a alta na procura pela divisa estrangeira no mês passado, em meio às sucessivas quedas na cotação. No acumulado do mês, a moeda comercial recuou 1,5%.

Sendo assim, a operação de dólar nas casas de câmbio aumentou 14% no comparativo mensal. Em março, a alta foi de 8% ante fevereiro. A moeda estrangeira ainda é a mais movimentada nesses estabelecimentos do país, segundo a Travelex.

Contudo, na comparação com abril de 2022, houve queda de 18%. À época, a cotação oscilou entre R$ 4,58 e R$ 5,00. Ainda assim, o resultado na base anual foi melhor do que o visto no mês anterior, já que a procura por dólar em março deste ano foi 40% menor do que o registrado um ano antes.

Salto em abertura de contas em dólar

A demanda foi alta não apenas na casas de câmbio. A fintech de contas em dólar Nomad que o diga. Segundo o diretor de operações da empresa, Eduardo Baer, o novo patamar da moeda atraiu novos clientes e elevou a movimentação dentro do aplicativo.

“Nós temos picos de remessas, ou seja, conversão de reais para dólares, e aberturas de contas em dias de queda forte [do dólar]. Quando o recuo é acima de R$ 0,05, esse aumento de remessas chega a ser o dobro do visto em dias com o dólar estável”, comenta o executivo com exclusividade ao Money Times.

Ele acrescenta que o número de contas abertas no aplicativo da Nomad cresce perto de 25% em dias em que a moeda estrangeira está desvalorizada frente ao real.

“Mais recentemente, quando o dólar ficou abaixo de R$ 5, nós batemos nosso recorde histórico de remessa. Fizemos até três vezes mais do que em dias que chamamos de ‘normais'”, relata.

Baer acrescentando que o aplicativo da Nomad avisa aos usuários, por meio de notificações, quando a moeda tem uma queda significativa. Assim, a ferramenta ajuda no aumento das transações.

É hora de comprar?

Uma das procuras por moedas em casas de câmbio é para o turismo. As férias de julho estão chegando e, logo mais, tem a de fim de ano. Sendo assim, é hora de comprar dólar ou outras moedas como euro, pesos e libra esterlina pensando nas viagens de férias?

O sócio-diretor da Pronto Invest, Vanei Nagem, comenta que há uma expectativa de que o dólar comercial ceda mais, com a cotação tendo espaço para chegar à faixa entre R$ 4,65 e R$ 4,70. Contudo, ele aconselha que o viajante compre moedas em remessas.

“A gente aconselha a comprar em remessas para pegar uma média saudável, não comprando nem com valor mais alto nem com valor mais baixo. Comprar agora, pode ser que o turista perca o melhor momento”, comenta.

Ele lembra que a moeda no mercado turismo ainda não ficou abaixo de R$ 5,10. Entretanto, comprando câmbio aos poucos até a data da viagem, o turista “não perde uma taxa média [da moeda] boa”, diz.

Flávya Pereira é jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.